O "Caso Suárez", a Fifa e o Estado uruguaio

O Parlamento uruguaio analisará hoje as competências da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) para sancionar o artilheiro da Celeste, Luís Suárez, a quatro meses sem atividade futebolística.

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Terminado o Mundial 2014, no qual o Uruguai despachou os outrora campeões Itália e Inglaterra antes de ser eliminado, o chamado "Caso Suárez" continua provocando polêmicas no país.

Especificamente, entre outras medidas extremas, sobre a expulsão do torneio devido ao incidente com a defensor italiano Giorgio Chiellini.

Para além da falta de Suárez, que ele mesmo admitiu e pela qual pediu desculpas, milhares de espectadores, tanto uruguaios como de outros países, consideram desmedidas as sanções da Fifa contra quem acaba de ser contratado pelo Futebol Clube Barcelona.

No Uruguai, campeão mundial em 1930 e em 1950 e um país de longa tradição no futebol, o tema se converteu imediatamente em assunto de Estado, ainda antes do presidente José Mujica ter insultado os diretores da Fifa.

Foram os torcedores nas arquibancadas quem primeiro cantaram em coro as palavras de ordem "Todos somos Suárez", lema que a ministra de Esportes, Liliam Kechichián, oficializou ao exigir que fossem revisadas e reduzidas as sanções.

Kechichián apresentará sua argumentação hoje na Comissão de Esportes da Câmara de Deputados, que deve estudar todos os aspectos, incluindo "as competências da Fifa e suas resoluções".

Ainda que Suárez, que já deixou de pertencer ao Liverpool inglês, tenha viajado à Espanha para se incorporar ao Barça, não pode ser apresentado no Campo Nou, precisamente por proibição da Fifa, que lhe impede "qualquer atividade vinculada ao esporte".

Ele não pode estar em nenhum evento público que esteja relacionado com o futebol, independentemente do lugar. Não pode nem sequer estar em um ato de caridade relacionado com o futebol, assegurou nesta semana um porta-voz da Fifa.

Por sua vez, o chanceler Luís Almagro ofereceu sua ajuda aos advogados defensores de Suárez, depois da Fifa ter recusado uma apelação da Associação Uruguaia de Futebol (AUF).

A última esperança de uma redução das sanções neste conflito, que uniu quase todos os uruguaios, está no Tribunal de Arbitragem do Esporte (TAS), com sede na Suíça, que não tem prazos específicos para suas resoluções.

Fonte: Prensa Latina