Líderes do Brasil e da China assinam dezenas de acordos estratégicos

O Brasil e a China assinaram uma série de acordos relevantes durante a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (17), recebido pela presidenta Dilma Rousseff. Após participarem da 6ª Cúpula do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Fortaleza e em Brasília, Xi e Dilma reuniram-se para discutir a ampliação das relações entre os dois países e o investimento em parcerias estratégicas em vários setores.

China e Brasil - Agência Brasil

Os dois chefes de Estado presenciaram e efetuaram a assinatura de 32 acordos e memorandos de entendimento, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty. Além disso, 12 atos foram concluídos no mesmo contexto e mais 12 acordos foram anunciados para a compra de produtos brasileiros por empresas chinesas, na área de grãos. Ainda segundo o órgão, que divulgou uma declaração conjunta de Dilma e Xi, ambos “avaliaram a evolução das relações bilaterais e alcançaram consensos importantes sobre o aprofundamento da Parceria Estratégia Global Brasil-China.”

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Eles participaram do encerramento da Reunião Bilateral Anual do Conselho Empresarial Brasil-China e da comemoração do 40º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. O Presidente Xi Jinping reuniu-se ainda com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, além de proferir um discurso no Congresso Nacional.

Dilma e Xi reafirmaram os princípios de respeito mútuo, benefício recíproco e ganhos compartilhados como a base da evolução constante das relações bilaterais nas últimas quatro décadas e “observaram que a elevação das relações bilaterais ao nível de Parceria Estratégica Global e o estabelecimento do Diálogo Estratégico Global refletem a crescente importância da agenda sino-brasileira no plano bilateral e em sua crescente dimensão plurimultilateral,” de acordo com o Itamaraty.

Foram enfatizadas as importâncias de maior contato entre os governos, órgãos legislativos, partidos políticos, entidades da sociedade civil e unidades subnacionais dos dois países, assim como da “Comissão Sino-Brasileira de Alto-Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), como mecanismo que orienta as relações bilaterais e estabelece novas metas para seu desenvolvimento.” A Cosban realizou a sua terceira sessão em novembro de 2013, liderada pelo vice-presidente Michel Temer e pelo vice-premiê chinês Wang Yang, com resultados classificados de positivos.

Os dois países têm um Plano Decenal de Cooperação (2012-2021) e devem continuar promovendo o Plano de Ação Conjunta (2010-2014) para o estabelecimento de metas estratégicas. Além disso, em abril de 2014, os chanceleres do Brasil e da China participaram do Diálogo Estratégico Global, em Brasília, com resultados também positivos e compromissos firmes na promoção de relações internacionais democráticas e da multipolaridade global.

Dilma e Xi voltaram a discutir suas posições sobre a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), tema também pontuado na Declaração de Fortaleza emitida pelos líderes do Brics na terça-feira (15). Os presidentes comprometeram-se “a trabalhar pela reforma das estruturas de governança global, para torná-las mais representativas das realidades do século 21. Neste sentido, concordaram que a celebração do 70º aniversário da ONU em 2015 constituirá momento oportuno para fortalecer seu papel central no trato dos desafios e ameaças globais,” explica o Itamaraty.

Leia a seguir a íntegra das posições acertadas em várias questões, que incluem também as relações comerciais expansivas entre os dois países, a cooperação em várias áreas, principalmente no desenvolvimento sustentável, no setor tecnológico e de infraestrutura, entre outras. O documento inclui também uma lista dos acordos e memorandos assinados ou concluídos durante a visita de Estado do presidente chinês ao Brasil. Os acordos são ainda detalhados no portal do Itamaraty.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações do Itamaraty