Mantega diz que não há necessidade de reajustes de tarifas em 2015

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não há necessidade de reajustes de tarifas públicas em 2015. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o ministro apontou um pessimismo "artificial" com a política econômica, que seria gerado por fatores extraeconômicos. "Se tivesse mais otimismo na economia, talvez ela fosse melhor".

Guido Mantega

Mantega afirma que a inflação está em "forte queda" e que ela continuará baixa no segundo semestre, resultando em uma melhora do poder aquisitivo do consumidor. Ele acredita que o cenário econômico estará melhor em 2015, com maturação dos investimentos das concessões e do pré-sal.

Às vésperas de entrar em sua terceira campanha presidencial consecutiva no comando do Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega elevou o tom político ao classificar como “conversa para boi dormir” as críticas de candidatos da oposição sobre a necessidade de um forte ajuste na economia derivado do represamento de reajustes de tarifas públicas em 2015.

Sem citar nomes, Mantega negou ao Estado haver um “tarifaço” encomendado para o próximo ano. “Essa história de que não reajustamos as tarifas é conversa para boi dormir. Como alguns falam aí de dar um tarifaço, não há necessidade. Sei que eu não faria nenhum tarifaço em 2015. Não procede a ideia. Eu não recomendo”. E apontou um “pessimismo artificial” com a política econômica do governo Dilma Rousseff. “Tem um pessimismo artificial, gerado por fatores extraeconômicos. Tivemos isso antes da Copa também. Se tivesse mais otimismo na economia, talvez ela fosse melhor”.

Mantega também fez críticas indiretas à política monetária da gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. “Nosso juro real é baixo, mesmo com a alta recente. Tinha gente no passado que praticava 10% de juro real. Nem me lembro os nomes… mas tinha gente que dizia que o juro de equilíbrio real do Brasil era de 10%, e praticava isso”.

Cenário para 2015

Sempre em início de governo há um espaço para se fazer ajustes, todo mundo faz. Mas teremos um cenário melhor em 2015.

Certamente, não teremos aperto de crédito no ano que vem, porque a inflação, também, estará mais moderada. Teremos, em 2015, a maturação dos investimentos das concessões e também do campo de Libra, do pré-sal. O Banco Central poderá flexibilizar a política monetária em 2015, quando a inflação dar sinais de cenário melhor. O BC já parou de subir a Selic, o que já é bom. O cenário vai ser melhor, não há dúvida disso. O cenário internacional estará melhor e isso é muito importante.

Além disso, a Petrobrás vai estar em um patamar de produção e refino muito maior, e isso dará mais lucro à empresa e, consequentemente, mais recolhimento de tributos. O mesmo ocorrerá com a Vale. A indústria extrativa de modo geral, não somente a Vale, estará em ritmo melhor em 2015. O quadro é positivo.

Eleições 2014

Alguns ficaram interessados em criar um pouco de mau humor no País. Se tivesse mais otimismo na economia brasileira, talvez ela fosse melhor. O empresário tem que olhar o curto, o médio e o longo prazo, e não só o que está acontecendo. Tem um pessimismo artificial no País, gerado por fatores extraeconômicos. Tivemos isso antes da Copa também.

Crescimento

Agora estamos num ponto de inflexão. O segundo semestre de 2014 será melhor do que o primeiro, não tenho nenhuma dúvida. Os primeiros sinais positivos vêm de dentro, com dois meses consecutivos de melhora na confiança dos consumidores e com a queda mais forte da inflação. Além disso, teremos muito mais dias úteis do que no primeiro semestre, que teve a Copa do Mundo. O pessoal vai poder consumir mais.

Agora, começa a inflexão. Também a restrição de crédito, que havia, começa a reduzir. Os bancos privados colocaram o pé no freio. As medidas que tomamos garantem uma melhora do mercado. Tivemos melhoria geral, porque a Bolsa de Valores registrou uma alta no primeiro semestre, e nos últimos seis meses a taxa de câmbio teve uma valorização de 9%. Isso cria as condições para a normalização. Os aplicadores estrangeiros que vieram para a Bolsa ganharam dinheiro e isso deixa o mercado animado.

Fonte: Blog do Nassif com informações O Estado de S.Paulo.