Rússia propõe envio de uma missão humanitária ao leste da Ucrânia

A situação no leste da Ucrânia foi descrita como uma guerra catastrófica pelo enviado russo para a Organização das Nações Unidas (ONU), Vitaly Churkin, durante a última reunião do Conselho de Segurança, nesta terça-feira (5). A Rússia instou ao estabelecimento de uma missão humanitária. No mesmo dia, confrontos entre as tropas do governo ucraniano e as forças de autodefesa da região de Donetsk intensificaram-se, com o uso de artilharia pesada pelo Exército.

Ucrânia - RIA Novosti / Mikhail Voskresenskiy

De acordo com testemunhas locais citadas pela agência RIA Novosti, as tropas do governo central em Kiev recorreram a múltiplos lançadores de foguetes, inclusive de mísseis guiados, que foram avistados em diferentes cidades, no leste. Explosões causadas por ataques aéreos também foram relatadas dentro da cidade de Donetsk.

Em meio à violência intensificada, a Rússia convocou a sessão emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação humanitária na Ucrânia, na terça. O enviado russo propôs o envio de uma missão internacional e da assistência humanitária da Rússia sob os auspícios do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

“Sugerimos o envoi de comboios de assistência humanitária russa a Donetsk e Lugansk, sob o controle do CICV, assim como a outras cidades na Ucrânia, onde pessoas forçadas a deslocarem-se internamente estão concentradas, no leste,” disse Churkin.

O diplomata notou que os habitantes do leste ucraniano precisam urgentemente de alimentos, remédios, equipamentos médicos, sistemas de purificação da água e geradores elétricos. “Em qualquer padrão humano, a situação no leste, especialmente nas regiões de Donets e Lugansk, é catastrófica,” continuou.

“Hoje, com certeza, podemos e devemos falar de uma verdadeira guerra – o CICV reconheceu oficialmente o conflito armado interno no leste da Ucrânia. Artilharia, tanques, assim como mísseis estão sendo usados. Há informações contínuas dos residentes locais sobre o uso de bombas de fósforo e de fragmentação,” afirmou Churkin.

“Há ataques indiscriminados contra bairros residenciais e infraestrutura civil essencial. Em muitas cidades pequenas, cerca de 80% das casas foram destruídas, de acordo com as estimativas mais conservadoras. Mais de 600 edifícios caíram.” A Rússia também já recebeu mais de 130 mil refugiados, de acordo com a ONU.

A operação militar do governo central foi lançada contra os civis do leste ainda em abril, pouco depois do golpe de Estado levado a cabo em fevereiro. Os residentes da região, russo-falantes, resistiram à mudança de governo imposta e ao avanço das leis fascistas que atacam a diversidade cultural no leste.

Com informações da Russia Today,
Da Redação do Vermelho