Pesquisa indica que 44% das mulheres sofrem assédio em ônibus

Pesquisa divulgada neste sábado (9), indica que, em média, 43,8% das mulheres que utilizam transpote público em grandes cidades sofrem assédio. O estudo foi realizado nas periferias de São Paulo, Rio, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O estudo foi feito pela organização humanitária ActionAid para a campanha Cidade Segura.

Abuso Sexual

A pesquisa indica um dado significante foi colhido na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, onde todas as 50 mulheres ouvidas relataram algum tipo de assédio sexual no coletivo.  A segunda comunidade que mais relatou casos de assédio foi o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, com 66%. Em Upanema, no Rio Grande do Norte, 4% das mulheres relataram o problema.

Em uma comunidade de Pernambuco, 84% das mulheres relataram já ter sofrido assédio por policiais. O estudo foi lançado no Rio, na abertura do Fórum Nacional de Reforma Urbana, na Câmara Municipal.

As mulheres relataram precauções, como não sentar no fundo do ônibus ou tentar ficar o menor tempo possível no ponto de ônibus.

Uma das entrevistadas de Heliópolis, a assistente administrativa Keila Barbosa, 26 anos, falou que o tipo de roupa pode aumentar o risco de assédio. "O que ‘pega’ mais hoje é que a gente não pode vestir uma determinada roupa porque pode haver até estupro. Acontece bastante assédio e não podemos falar nada", disse Keila.

Medo

Além dos assédios dentro do transporte, o medo de se expor em determinados pontos de ônibus à noite acaba interferindo em sua rotina.

Keila relatou que o local onde trabalho fica bem distante de sua, então eu preciso pegar ônibus. "Quando eu tenho que passar um pouquinho do meu horário, ficar até 17h10, por exemplo, eu preciso pegar um ônibus que praticamente dá a volta na cidade, por ter medo de descer no ponto onde sempre desço no meu dia a dia. Além de ser escuro, tem um terreno baldio. E eu já escutei várias histórias de violência sexual, assalto. Quando é um homem, eles não assaltam porque homem tem força. Mulher não tem, então, é de mão beijada para eles".

Da Redação do Vermelho
Com informações do Terra