Dilma: Obras de infraestrutura ajudam a "desburocratizar" o Brasil

Na rotina de vistoriar grandes obras de infraestrutura, a presidenta Dilma Rousseff esteve, na manhã de terça-feira (12), no Porto Seco de Anápolis (GO), que faz parte da estrutura da Ferrovia Norte-Sul, cujos trechos vêm sendo inspecionados por ela. Segundo Dilma, o Porto Seco vai representar uma das alternativas para que produtos feitos na Zona Franca de Manaus, por exemplo, viajem em direção ao Sul do país, por meio de várias integrações que serão feitas no caminho.

Em vistoria na Ferrovia Norte-Sul,

 “Aqui vai ter um grande transbordo de carga e descarga de produtos, seja minério, grãos, seja produtos que chegam para a região ou exportados para fora do país. Neste caso, teremos aqui a Receita Federal fazendo a alfândega”, afirmou Dilma. A presidenta aposta que o Porto Seco, uma vez finalizadas todas as obras em ferrovias, se tornará um dos maiores centros de integração multimodal do país, reunindo entroncamentos das ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântico e representando uma alternativa que une especialmente os modais ferroviário e rodoviário.

Infraestrutura e integração

De acordo com Dilma, a Norte-Sul começou a ser construída há 27 anos, ainda no governo do ex-presidente José Sarney, quando obteve sua primeira licença. Entre os governos Sarney e FHC, foram construídos apenas 205 km, basicamente o trecho entre Aguiarnópolis (TO) e Açailândia (PA). No governo do ex-presidente Lula, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi construído o trecho de Açailândia até Palmas (TO), com 719 km. Depois a extensão até Ouro Verde de Goiás, com mais 855 km.

Além dos 1.053 km de ferrovias já entregues por Dilma, há outros 2.545 km de obras em andamento, como os 682 km de extensão da própria Norte-Sul que estão com 62% das obras realizadas. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) está com 46% realizados entre Ilhéus (BA) e Caetité (BA). A malha ferroviária brasileira atingiu, em 2013, cerca de 28 mil km.

Desburocratização

O próximo passo para o funcionamento desses trechos já concluídos é a execução de medidas determinadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que vão viabilizar os testes operacionais. Uma medida é a renovação dos batentes de madeira e substituição de material que foi objeto de roubo ou furto. Dilma aposta que a ferrovia Norte-Sul será uma das grandes realizações em infraestrutura, porque funciona como se fosse uma espinha de peixe: faz a integração do meio do país e depois, por rios, rodovias e outros modais que integram todo o sistema de transporte brasileiro.

“Estamos justamente num desses pontos que é essa espécie de HUB, de centro logístico, aqui em Anápolis. Temos um momento muito importante do Brasil. Saímos do modelo exclusivamente rodoviário para os diversos modais: ferrovia, hidrovia e todo o sistema de portos, tanto marítimo quanto seco. Esses dois mecanismos de portos tem um objetivo: desburocratizar o Brasil”, destaca a presidenta. Segundo Dilma, essa desburocratização acontece porque a alfândega será realizada perto de onde está a carga, sem desvios.

“Aqui nessa região, acho que isso representa um momento de grande prosperidade. Estamos aqui num dos pontos com grande produção de grãos e minérios, mas também um ponto central do Brasil, de tráfego de mercadorias, commodities e combustíveis, que também trafegarão por essa ferrovia”, aposta Dilma.

Entre as vantagens do uso de ferrovias, a presidenta lista o baixo impacto ambiental (pela redução de gases que provocam efeito estufa, notadamente oriundos de combustíveis fósseis) e menor custo logístico (menor gasto de transporte de produtos e bens). “Com isso, teremos um Custo Brasil menor, um custo de infraestrutura menor, o que resulta em mais empregos e mais produtividade, fazendo a infraestrutura ser uma alavanca do desenvolvimento, não só pela geração de empregos mas pelo que garante para outros segmentos e setores da economia”, explica a presidenta.

Futuro

Questionada por repórteres sobre os próximos passos nas licitações ferroviárias, a presidenta adiantou que foram abertas consultas a empresários e investidores sobre o interesse em investir em novos trechos de linhas férreas. Entre os trechos a serem avaliados pelo setor privado estão Açailândia (PA) – Barcarena (MA); Estrela do Oeste (SP) – Panorama (SP); Sinop (MT) – Meritituba (PA) e Sapezal (MT) – Vilhena (RO) – Porto Velho (RO).

De acordo com Dilma, todos estes trechos se beneficiarão com a integração multimodal e vão reduzir bastante o custo logístico que fica acima do Paralelo 16 – um paralelo geográfico que divide imaginariamente o Brasil em dois. Acima desse paralelo estão os estados (ou parte) de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Roraima, Rondônia, Acre e Pará, por exemplo. Com isso, em vez de pagar frete para exportar a partir dos portos de Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e Vitória (onde teriam de percorrer mais de 2 mil km desde o local onde são produzidos), os empresários poderão exportar, a partir do Amazonas, com saída pelo Atlântico para Estados Unidos, Europa e Ásia, passando pelo Canal do Panamá.

Fonte: Site da Dilma