Vicente Goulart repudia ameaça de flexibilização da CLT

Em entrevista ao Portal Vermelho, João Vicente Goulart, presidente do Instituto João Goulart e filho do ex-presidente Jango, classificou com um atraso a tentativa de flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. “Sou totalmente contra qualquer tentativa de mexer nos direitos dos trabalhadores”, disse ele.

Da Redação, Dayane Santos

João Vicente Goulart

“Uma das grandes questões que o Brasil tem de enfrentar é a reforma tributária. A tributação deve ser feita pelo patrimônio e não sobre os salários dos trabalhadores”, apontou João Vicente, que classifica a flexibilização como “uma grande ameaça aos direitos conquistados pelos trabalhadores nos governos trabalhistas”.

A flexibilização tem sido pauta da campanha eleitoral entre os candidatos presidenciáveis. Em sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI), dia 30 de julho, Dilma Rousseff, a candidata à reeleição, e os demais presidenciáveis receberam um documento dos empresários com 101 pontos de alterações à CLT, todos tratam de retirada e diminuição de direitos.

Dilma, por sua vez, reafirmou que o seu governo não vai rasgar direitos. ”Tem certas garantias que a lei trabalhista deu que eu não acredito que alguém poderá rasgar, como 13º salário, horas extras, entre outros”, disse a presidenta.

João Vicente destacou que ao invés de fazer reformas para reduzir e precarizar a lei trabalhista, o Brasil precisa promover amplas reformas que modifiquem a estrutura, como as reforma de base propostas por Jango.

“O controle de remessas de lucros para o exterior, por exemplo, seria fundamental para o Brasil. A Embratel foi criada depois entregue a empresas estrangeiras. Hoje, a remessa de lucros do setor é de 150%, sendo que existem empresas que mandam até 95% de seus ganhos anuais para as matrizes fora do Brasil”, frisou.