Padilha atrai mais perguntas em debate para o governo de São Paulo

Na TV, ex-ministro responde a mais perguntas que os demais candidatos, fica mais tempo no ar e reafirma a integridade da coligação “Para Mudar de Verdade”: “Sou ficha limpa, meu vice é ficha limpa. Vou ter uma postura diferente do atual governo com 20 anos de corrupção no Metrô”

Alexandre Padilha em debate - Paulo Pinto/Analítica Comunicação

Alexandre Padilha atraiu o maior número de perguntas no primeiro debate entre os candidatos a governador de São Paulo. Candidato da coligação “Para Mudar de Verdade” (PT/PC do B/PR), o ex-ministro dos governos Lula e Dilma respondeu a 5 perguntas, uma a mais que Paulo Skaf (PMDB), o que lhe garantiu mais de 12 minutos de exposição no debate realizado pela TV Bandeirantes na noite deste sábado (23). Geraldo Alckmin não compareceu.

Padilha foi perguntado sobre sua primeira medida à frente do governo, Mais Médicos, combate à corrupção, segurança e redução da maioridade penal. Em respostas ou comentários, Padilha apresentou um quadro de suas prioridades de governo.

Ao responder a primeira pergunta, única para todos os candidatos, lembrou sua experiência como ministro dos governos Lula e Dilma, sua participação em programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, “Prouni”, “Mais Médicos”, “Pronatec” e “Farmácia Popular”.

Sobre sua primeira medida de governo, Padilha anunciou a instalação do programa “Agiliza São Paulo”. “Quero agilizar tudo o que o governador Alckmin quatro anos atrás prometeu aqui nessa mesma emissora e não fez”, disse em referência ao debate realizado pela Band nas eleições de 2010.

Minutos antes do início do debate, Padilha havia apresentado aos jornalistas que o aguardavam um CD com imagens de promessas feitas e não cumpridas pelo atual governador.

Ao comentar o tema corrupção, Padilha afirmou que, em toda sua vida e nos mais de 10 anos como ministro dos governos Lula e Dilma, sempre manteve um combate permanente ao mal feito. “Sou ficha limpa, meu vice é ficha limpa. Quero uma controladoria independente para fiscalizar em São Paulo. Vou ter uma postura diferente do atual governo com 20 anos de corrupção com cartel do trem e do metro. Quero criar em São Paulo a Controladoria Geral do Estado a exemplo da CGU implantada no governo federa e dar total autonomia para a Polícia Civil e o Ministério Público no combate à corrupção”.

Para o candidato da coligação PT/PCdoB/PR, os governos do PSDB conviveram com o escândalo do cartel do Metrô por20 anos. “Pior, um dos citados é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Colocaram a raposa para cuidar do galinheiro”.

Sobre o “Mais Médicos”, Alexandre Padilha, formado em Medicina pela Unicamp com especialização na USP, lembrou sua atuação na Amazônia. “Quando fui médico nas áreas mais carentes da região amazônica, vi na prática a importância da presença de um médico. O programa Mais Médicos atende hoje 50 milhões de brasileiros. Só em São Paulo são 10 milhões de paulistas atendidos pelo programa. Quero avançar e quero dar o próximo passo que é o Mais Médicos Especialidades.  Quem precisa sabe a importância de ter um médico próximo”.

Na área de segurança, Padilha disse que uma das propostas apresentadas por seu plano de governo é a integração das polícias e a criação da Força Paulista de Segurança, experiência que o candidato conheceu durante visita aos Estados Unidos e que integra a inteligência e a atuação das Polícias Federal, Militar, Civil e Municipais.

Ainda no tema segurança, Padilha foi perguntado se é favorável à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. “Sou contra essa mudança na Constituição. 98% dos crimes são cometidos por adultos. Eu quero ser o governador que vai dar oportunidade para os jovens. Assim como tive a oportunidade de fazer Medicina na USP e na Unicamp, quero que os jovens tenham oportunidades”, afirmou, destacando que hoje a legislação já possui instrumentos para  manter em regime fechado menores de idade que cometeram crimes graves.

Além de Padilha, participaram do debate transmitido pela Band para todo o Estado os candidatos Laércio Benko (PHS), Walter Ciglioni (PRTB), Gilberto Natalini (PV), Paulo Skaf (PMDB) e Gilberto Maringoni (Psol)

No plano nacional, Padilha defendeu em vários momentos a urgência da reforma política. “Nisso eu mexeria na Constituição”, disse.

Em réplica ao candidato Benko, Padilha defendeu uma drástica mudança na postura do governo do Estado. “Quero ser o governador que vai assumir as responsabilidades, a responsabilidade da educação, a responsabilidade da segurança, a responsabilidade pelo fim da progressão continuada”.

Depois de relembrar a queda do Estado de São Paulo nos índices de avaliação do ensino médio, Padilha falou sobre parte de sua proposta para educação. “Uma mudança na educação começa com a valorização do professor e pela criação de oportunidades para a juventude. Vou criar o céu da juventude, o que a Marta (Suplicy) fez, eu vou fazer para o ensino médio”.

Dentre suas propostas de governo, Padilha falou ainda sobre a interação com a Polícia Federal no combate ao crime organizado, a implantação do Bilhete Único Metropolitano, a ampliação do ensino técnico e de programas como o Farmácia Popular.

Nas considerações finais após duas horas e meia de debate, Padilha disse que sua história de vida -o nascimento, a infância e parte da juventude na ditadura militar- o faz valorizar espaços democráticos como os de um debate em TV aberta. “Projetos não são discursos, mas o que fazemos pelas pessoas. Quero ser governador para São Paulo ser líder em segurança, em transporte, em saúde e educação”.

Fonte: Assessoria