Demissão de primeiro-ministro é sinal de crise política na França

O presidente da França, François Hollande, está enfrentando uma grave crise política em seu governo por conta da postura dos membros de seu próprio corpo ministerial.

François Hollande - Reuters

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apresentou ao chefe de Estado a renúncia ao seu cargo depois das críticas às políticas oficiais do governo feitas pelos titulares das pastas de Economia, Arnaud Montebourg, e Educação, Benoit Hamon.

Os dois ministros reclamaram da insistência de Hollande e Valls em conseguir, de qualquer forma, a redução dos custos do déficit, conforme exigido pela Comissão Europeia, ao invés vez de buscar alternativas para alavancar o consumo e a produção no país.

Nesta segunda-feira (25), um comunicado do Palácio do Eliseu diz que o presidente francês pediu a Valls que fique no cargo e ajude a formar uma nova equipe ministerial, de acordo com as diretrizes estabelecidas para o país pelo próprio Hollande.

Analistas afirmam que isso pode significar a demissão dos dois ministros que apresentaram críticas ao plano econômico elaborado pelo governo francês.

A senadora pelo Partido Socialista, Marie-Noelle Lienemann, afirmou que “este tipo de resposta apresentada pelo Palácio do Eliseu às críticas internas irá reduzir ainda mais o apoio político a Hollande no país”. Lienemann lamentou a falta de um verdadeiro debate dentro do governo.
O deputado do mesmo partido, Jean-Louis Gagnaire, foi ainda mais longe e através de suas redes sociais disse que “depois de um fim de semana destruidor, a reorganização do executivo não é suficiente, é preciso mudanças na Assembleia nacional.

O parlamentar se tornou o primeiro dentro do Partido Socialista a exigir este tipo de medida, até agora só defendida por alguns membros da ala conservadora União por um Movimento Popular.

A composição do novo gabinete, o terceiro em pouco mais de dois anos, deverá ser anunciada por François Hollande nesta terça-feira (26) pela manhã.

De acordo com o parlamentar francês na União Europeia, Emmanuel Maurel, a reorganização do executivo é um sinal ruim para o país, mas pode se tornar uma oportunidade de fazer mudanças nas políticas econômicas implementadas até o momento.

Prensa Latina