Médicos peritos do município do Rio entram em greve

Os médicos peritos do município do Rio de Janeiro entraram em greve nesta segunda-feira (25), como reação a falta de resposta da prefeitura à pauta de reivindicações da categoria. Segundo o sindicato, o salário-base é de R$ 933,00, valor abaixo do piso da Federação Nacional dos Médicos, que é de R$ 10.900.

greve médicos peritos RIO - Agência O Dia

Eles reivindicam também a contratação de mais profissionais por meio de concursos públicos, além do plano de cargos e salários, com reajuste imediato, condições de trabalho e pagamento emergencial de gratificação de R$ 4 mil até a aprovação do plano de carreira.

A greve decretada é de 15 dias, mas os servidores afirmam que estão dispostos a negociar durante a paralisação. A pauta de reivindicações foi apresentada dia 5 de agosto ao secretário municipal de Administração, Paulo Jobim Filho, que ficou de tratar o assunto com o prefeito Eduardo Paes e dar uma resposta aos médicos peritos. De acordo com o diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Pablo Vazquez, essa resposta não foi dada e o grupo espera uma proposta oficial da prefeitura para que seja debatida em assembleia.

“Nós tivemos uma reunião com o secretário Jobim. Esperamos que ele tenha disposição de ir até o prefeito e conseguir que o salário dos médicos peritos, que está congelado, tenha o reajuste reivindicado pela categoria, para que possa ser feito o concurso de forma imediata, com a admissão de novos colegas porque está insuportável o trabalho da perícia médica”, disse Vazquez.

O secretário, por sua vez, afirma que a reivindicação é justa, mas precisa ter a garantia do prefeito sobre o reajuste para a normalização do serviço.

De acordo com o médico Marcio Dionysio, o número de funcionários vem diminuindo e não está sendo possível atender à demanda. “A gente faz 600 atendimentos por dia. O número de 90 mil funcionários passou para 135 mil e cada vez vai diminuindo o número de peritos para atender. Somos 30 médicos, sendo 25 na linha de frente, divididos em dois turnos, manhã e tarde. O último concurso foi em 2001, já são 13 anos sem concurso“, explicou.

Dionysio disse ainda que “um dos grandes problemas é não ter o agendamento das perícias, a demanda é livre. Possivelmente, nesse retorno vamos sugerir que seja feito um atendimento programado por agendamento e dentro daquilo que é possível se fazer humanamente", relatou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Administração (SMA) informou que as reivindicações dos peritos da prefeitura do Rio foram amplamente debatidas com o secretário de Administração e representantes da categoria, inclusive com o sindicato e o conselho da classe. O pleito apresentado, fruto das reuniões, está sendo analisado pelos órgãos competentes da prefeitura, que precisam avaliar seus impactos sobre o conjunto de cargos e tabelas salariais de outras categorias, o que guarda relação direta com a demanda por concurso para médico perito.

No entanto, a secretaria afirma que embora as questões tenham sido satisfatoriamente encaminhadas, a solução a ser alcançada não produzirá efeitos em curto prazo, pois dependem do desdobramento de outras ações.

Fonte: Agência Brasil