Lideranças evangélicas e católicas votam em Dilma

Diferente do que a grande mídia tenta dizer, lideranças religiosas não veem a candidata Marina Silva (PSB) com bons olhos. Com exceção do pastor Silas Malafaia, que atua declaradamente com as forças mais reacionárias, lideranças religiosas, sejam evangélicas ou católicas, temem o fundamentalismo da candidata.

Bispo Josias e Boff

O líder religioso, intelectual e militante de causas sociais, Leonardo Boff, por exemplo, acredita que a presidenta Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição “é a melhor opção para o povo brasileiro”.

A declaração foi dada em entrevista ao Brasil 247. Boff afirma que “os fatos falam por si" e justifica: “Até hoje nenhum governo fez políticas públicas cuja centralidade era o povo marginalizado, os invisíveis, considerados óleo gasto e zeros econômicos. Quem fez isso com sucesso deve poder continuar a fazê-lo e de forma mais profunda e abrangente”.

Mudanças que só as forças progressistas podem fazer

Sobre o sentimento de mudança latente na população, Boff destaca: “As políticas públicas do PT que tiraram 36 milhões da pobreza foram incorporadas como coisa natural, um direito do cidadão. Ora, o cidadão não tem apenas fome de pão, de casa, de luz elétrica. Tem outras fomes: de ensino, de cultura, de transporte minimamente digno, de saúde razoável e de lazer. A falta de tais coisas suscita uma insatisfação generalizada que faz com que esta eleição de 2014 seja diferente de todas as anteriores e a mais difícil para o PT”.

E completa: “Precisamos de mudança. Mas dentre os partidos que podem fazer mudanças na linha do povo, apenas vejo o PT, desde que consolide o que fez e avance e aprofunde as mudanças novas atendendo as demandas da rua. Dilma é ainda a melhor para o povo brasileiro".

Sobre a religiosidade da candidata Marina Silva, que conheceu desde que a conheceu no Acre, quando foi sua aluna, Boff observa: “De um cristianismo de libertação, ligado aos povos da floresta e aos pobres, passou para um cristianismo pietista e fundamentalista que tira o vigor do engajamento e se basta com orações e leituras literalistas da Bíblia”.

Para ele, a candidatura da ex-senadora “representa uma volta ao velho e ao atrasado da política, ligada aos bancos e ao sistema financeiro”. “Seu discurso de sustentabilidade se tornou apenas retórico”, constata Boff.

Reduto de Malafaia

De acordo com nota publicada pelo colunista Bernardo Mello Franco, da Folha de S.Paulo, o bispo e outras lideranças do reduto de Silas Malafaia, agora pedem votos ao candidato Pastor Everaldo (PSC), mas votam na presidenta Dilma Rousseff, num eventual segundo turno.

“Tenho muita dificuldade de votar na Marina no segundo turno”, afirma o bispo Manoel Ferreira, da Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro.

Já o bispo de Jales, interior de São Paulo, dom Demétrio Valentin não vê com bons olhos a eleição presidencial da ex-ministra Marina Silva (PSB). “A gente tem medo do fundamentalismo que ela pode proporcionar. Existe na Marina uma tendência ao radicalismo, pela convicção exagerada ao defender seus valores e suas motivações, que pode derivar para o fundamentalismo”, disse ele em entrevista ao Valor Econômico.

Fonte: Brasil 247