Unesco exige investigação da morte do fotógrafo Stenin na Ucrânia

A diretora-geral da Unesco Irina Bokova expressou suas condolências pela morte na Ucrânia do fotógrafo Andrei Stenin da agência internacional de notícias Rossiya Segodnya (Rússia Hoje).

Renault Logan, onde foi encontrado o corpo do jornalista Andrei Stenin

“Eu lamento a morte do jornalista Andrei Stenin, que foi morto durante o cumprimento de seu dever profissional. É necessário investigar as circunstâncias de sua morte e que os responsáveis sejam levados a tribunal”, se lê no comunicado de Bokova recebido pela agência noticiosa RIA Novosti.

A diretora-geral da UNESCO apelou igualmente a todas as partes do conflito para que estas reconheçam o estatuto civil dos jornalistas de forma a garantir devidamente sua segurança.

União Europeia quer investigação

A União Europeia aponta a necessidade de uma investigação imparcial e independente da morte de Andrei Stenin, disse Maja Kocijancic, porta-voz da chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, à agência russa de notícias RIA Novosti.

“A segurança de jornalistas é um elemento central do direito da mídia à liberdade. Por isso, estamos apelando para realizar uma investigação independente deste incidente, como havíamos feito antes em tais ocasiões”, disse.

Stenin partiu em maio deste ano para fazer cobertura do conflito na Ucrânia, transmitindo diariamente dezenas de fotografias para a redação. Ele deixou de entrar em contato em 5 de agosto.

Nas últimas semanas de agosto, entre os automóveis bombardeados e queimados na estrada entre Sniéjnoe e Dmitrovka, na região de Donetsk, foi descoberto um Renault Logan com os corpos de três pessoas. A peritagem forense determinou que um deles pertencia a Stenin.

Andrei Stenin foi fotojornalista militar experiente, ele trabalhou na RIA Novosti, reformada posteriormente em agência internacional de notícias Rossiya Segodnya, desde 2009. Durante esse tempo, Stenin deu cobertura fotojornalística aos eventos no Egito, Síria e outros pontos quentes.

Na Rússia, o Comitê de Defesa dos Jornalistas condenou o assassinato do fotógrafo e exigiu que as autoridades ucranianas promovam o inquérito deste caso.

“Condenamos o assassinato de Andrei Stenin — ato que chama novamente a atenção para o perigo de cobertura jornalística do conflito na Ucrânia, efetuada de qualquer um dos lados”. Este depoimento da coordenadora do Comitê para Programas da Europa e da Ásia Central Nina Ognyanova foi mencionado na declaração.

Ela exortou também as autoridades do leste da Ucrânia “a permitir o acesso de investigadores ao território em que, segundo se informa, foi encontrado Stenin”.

Fonte: Voz da Rússia