BC mantém previsão de crescimento do crédito neste ano em 12%

O Banco Central (BC) manteve a projeção para o crescimento do crédito este ano em 12%. Em agosto, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 2,864 trilhões, com alta de 11,1% em 12 meses. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o crédito deve representar 58%, a mesma estimativa anterior.

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O crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros, deve crescer 6%, menor que a estimativa divulgada em junho (7%). A projeção para o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) foi mantida em 19%.

O crédito dos bancos públicos deve crescer 17%, este ano, a mesma estimativa anterior. Os bancos privados nacionais devem ter crescimento de 7%, contra 6% previstos em junho. Já os privados estrangeiros devem emprestar menos do que o previsto anteriormente: a estimativa passou de 9% para 6%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa redução na estimativa dos bancos estrangeiros foi feita com base na evolução do crédito nos últimos meses. Um dos fatores foi o menor ritmo do crédito para a compra de veículos – modalidade ofertada por essas instituições. Em 12 meses encerrados em agosto, o saldo das operações de crédito para a compra de veículos caiu 4,7% para R$ 184,631 bilhões. Em 2013, houve retração de 0,2% e em 2012, crescimento de 8,8%.

R$ 45 bilhões injetados na economia

De acordo com Maciel, as medidas anunciadas pelo BC que liberam mais recurso para os bancos emprestarem impediu que houvesse uma revisão para baixo na projeção para o crescimento do crédito, este ano. Em agosto, o BC anunciou medidas que liberam R$ 25 bilhões para os bancos emprestarem. No final de julho, o BC já havia anunciado medidas que injetam R$ 45 bilhões na economia.

Ainda de acordo com Maciel, as medidas para estimular o crédito de veículos terão efeito mais expressivo no médio prazo. “Ainda são dados muito preliminares, no sentido de avaliar o impacto das medidas. Talvez em seis meses seja possível fazer uma avaliação um pouco melhor”, destacou Maciel.

Sobre os juros cobrados de pessoas físicas, Maciel disse que acompanharam o ciclo de alta da Selic e atualmente oscilam em torno de 43% ao ano. Nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em maio, julho e neste mês a Selic foi mantida em 11% ao ano, após o ciclo de nove altas seguidas. A Selic serve de referência para as demais taxas do mercado.

A taxa de juros das famílias chegou a 43,1% ao ano, em agosto, com redução de 0,1 ponto percentual, em relação a julho. Essa foi a primeira queda do ano na taxa de juros para pessoas físicas. Para as empresas, também houve queda, de 0,3 ponto percentual, com taxa em 22,8% ao ano.

Fonte: Agência Brasil