Cerca de 80 pessoas podem ter tido contato com vítima de ebola nos EUA

O primeira atendimento hospitalar à pessoa que recebeu diagnóstico de ebola nos Estados Unidos, no estado do Texas, não foi feito de maneira adequada quanto ao repasse de informações sobre sua chegada da Libéria. A declaração do diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças infecciosas (Niaid, sigla em inglês), Anthony Fauci, à imprensa americana, na noite dessa quarta-feira (1º/10), confirmou as especulações já mencionadas por veículos de comunicação no país.

ebola africa - Reprodução

O governo admite que cerca de 80 pessoas podem ter tido contato com o paciente diretamente ou um contato indireto, através de outras pessoas, incluindo algumas crianças.

"O histórico de viagem [protocolo de informações sobre a chegada recente da Libéria] foi feito, mas não comunicado de forma adequada. Foi um erro, o hospital deixou a peteca cair", disse

Apesar de apontar o erro que o hospital teria cometido, o diretor do Instituto de Infecções contemporizou: "Sabemos que, em departamentos de emergência em todo o país, as pessoas não podem pedir históricos de viagem. Isso não foi feito corretamente neste caso, mas precisamos ter certeza de que ele será feito daqui para a frente."

As pessoas que tiveram contato com o paciênte contaminado pelo ebola estão sendo colocadas em quarentena. A doença demora cerca de 21 dias para manifestar os sintomas.

Médicos sem fronteiras

A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) recusou o dinheiro doado pelo governo australiano e apelou às autoridades para que enviem pessoal de saúde à África Ocidental para combater o ebola.

“A MSF simplesmente não tem capacidade para fazer o trabalho sozinha. Estamos recusando gente nas nossas clínicas, que operam há semanas acima da sua capacidade”, informou a organização em comunicado divulgado nesta quinta-feira (2) pela imprensa local.

O governo de Canberra ofereceu aos Médicos sem Fronteiras verba de US$ 2,2 milhões, mas a organização não governamental pediu apoio de pessoal, por considerar que poderia ter “um impacto muito significativo” nos esforços de combate à doença.

“Até uma dúzia de pessoas capacitadas – que possam supervisionar as equipes locais na gestão do centro de isolamento, ajudar na detecção de casos e em medidas de controle do surto – poderiam salvar milhares de vidas”, acrescentou a MSF.

A organização diz que as limitações logísticas impedem o aumento da ajuda em países como a Libéria, Serra Leoa ou a Guiné-Conacri, os três mais afetados.

“A Austrália deve parar de dar desculpas para se unir na luta contra o ebola (…). Países como a Austrália, com capacidade para fazer a diferença, estão olhando para o lado, para evitar responsabilidade, e recusam-se a enviar o próprio pessoal para ajudar”, diz a MSF em comunicado.

Em seis meses, o número de mortos em consequência do ebola, sobretudo na África Ocidental, já ultrapassou os 3 mil, ou seja, cerca de metade dos 6.500 casos registrados, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Da redação do Vermelho,
com informações da Agência Brasil