Inflação volta a recuar e varejo cresce em setembro

Dados divulgados pela FGV e pela Serasa na manhã de terça-feira (7) indicam que o mês de setembro experimentou um crescimento nas vendas do varejo ao mesmo tempo em que observou uma redução no preço dos produtos no atacado.

Alta na intenção de consumo é influenciada, principalmente, pela queda dos preços dos alimentos e bebidasArquivo/Agência Brasil

O IGP-DI, calculado pela FGV, voltou ao campo negativo, desacelerando 0,02% no mês, contra alta de 0,06% no mês anterior. Esta queda nos preços foi provocada principalmente pela redução no preço do minério de ferro (-5,45%) e nos alimentos, onde o IPA agrícola partiu de alta de 0,39% em agosto para queda de 0,40% em setembro.

Com isso, o IGP-DI soma alta de apenas 1,62% no ano e 3,24% no acumulado de 12 meses. Já as vendas no varejo apresentaram avanço de 0,9% no mês de acordo com cálculos da empresa Serasa Experian, avançando 5,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e 4,1% no acumulado de 2014.

A recuperação das vendas no varejo e a redução da inflação podem ser fenômenos inter-relacionados: Com a queda dos preços, os consumidores se sentem mais confiantes em retomar às compras, fazendo o varejo avançar e garantindo aos empresários uma maior possibilidade de produção para atender a demanda crescente.

Evidentemente que outros fatores pesam para explicar a retomada do varejo: a manutenção do emprego e dos salários em alta, por exemplo, são fatores decisivos para a manutenção de um mercado interno robusto.

A questão da inflação, por sua vez, parece controlada, apesar de ainda observar-se um grande descompasso entre os preços do varejo e do atacado, com os primeiros ainda subindo em um ritmo mais forte enquanto os segundos recuam ao longo do ano.

Este fenômeno pode indicar, dentre outras coisas, uma recomposição das margens de lucro dos varejistas, o que cria resistência à queda dos preços no varejo, mesmo com os produtos ficando mais baratos no atacado.

Este processo, no entanto, não pode se estender indefinidamente, tendo em vista a redução no ritmo de aumento da demanda e a alta competição pelos mercados (mesmo que alguns deles bastante oligopolizados, o que aumenta o poder de marcação de preços dos produtores).

Sendo assim, é de esperar que os repasses das quedas de preços no atacado cheguem cada vez mais aos consumidores finais.

Fonte: Fundação Perseu Abramo