Cientistas mapeiam rotas de possível propagação de ebola no mundo

Segundo estimativas de pesquisadores alemães, o aeroporto onde os passageiros das linhas aéreas internacionais enfrentam o maior risco de contrair doenças respiratórias e o vírus ebola é o de Frankfurt-am-Main, na Alemanha. O estudo abrangeu os maiores aeroportos do mundo.

Trabalhadores da saúde carregam corpo de morto por ebola

Esta é a conclusão a que os cientistas do Instituto Max Planck de Informática da Sociedade, em Saarbrucken, chegaram com base num modelo matemático de probabilidade de propagação de epidemias através dos aeroportos do mundo. A análise abrangeu dados referentes a 3.458 aeroportos com 68.620 destinos aéreos em que operam aeronaves de 171 tipos.

O aeroporto de Pequim, com 97% de risco, fica no segundo lugar. Depois vêm o aeroporto londrino de Heathrow, com 92%, e o aeroporto internacional John F. Kennedy, de Nova York, com 91%.

Até o momento, quase 4 mil pessoas já morreram em consequência da doença, sendo que mais de 8 mil casos de contaminação já foram detectados. Os países mais afetados são a Libéria, Guiné e Serra leoa, mas também já existem casos confirmados de ebola na Nigéria, Congo, Espanha e EUA.

Espanha

O número de pessoas isoladas em observação em dois andares do Hospital Carlos III, em Madri, no âmbito do protocolo de prevenção do ebola, aumentou para 14. Na Espanha, há um caso confirmado de infecção, o da auxiliar de enfermagem Teresa Romero Ramos, um “caso em investigação” e 12 casos sob exame em razão de contatos de risco.

O número aumentou com a entrada no hospital, durante a noite de quinta-feira (9), de cinco homens e duas mulheres, tendo sido dada alta a um enfermeiro, também nas últimas horas, depois de as análises terem dado negativas. Todos os casos, exceto o da mulher infectada, são considerados assintomáticos, segundo a mesma fonte.

O “caso em investigação” é o de uma enfermeira, que já teve uma primeira análise negativa e espera ainda a segunda, que é realizada normalmente 72 horas após a primeira.

Os casos sob observação, em razão de “contatos de risco”, envolvem o marido de Teresa Romero, cinco outros homens – três médicos, um enfermeiro e um funcionário sanitário – e seis mulheres – duas médicas, duas enfermeiras e duas cabeleireiras. Estas últimas, que deram entrada no hospital nas últimas horas, estão sob observação porque depilaram a paciente infectada, segundo fontes hospitalares.

O ebola, que se transmite por contato direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.

O diretor do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), Thomas Frieden, comparou nesta quinta-feira (9) o surto de ebola no Oeste africano com o surgimento da aids. A escalada do ebola e as dificuldades para conter o avanço da doença na África e em outros continentes foi tema de uma reunião, em Washington, entre representantes dos países mais atingidos, Banco Mundial, da ONG Médicos sem Fronteira e do CDC.

"Eu diria que, em 30 anos de trabalho com saúde pública, a única coisa parecida foi a aids", assinalou Frieden, durante fórum promovido pelo Banco Mundial. A referência do diretor do CDC é ao desafio de conter o surto, o maior enfrentado desde o descobrimento da aids, há 38 anos.

No encontro, representantes da Libéria, Guiné e de Serra Leoa, os três países mais atingidos, falaram dos problemas enfrentados para controlar e impedir novos casos.

Durante a reunião, o vice-diretor da Organização Mundial da Saúde (OMC), Bruce Alyward, informou que, pelo fato do vírus estar "enraizado" nas capitais desses países, combater o ebola é tarefa difícil. Segundo ele, os governos enfrentam desafio extraordinário, pois precisam comunicar a urgência da situação, mas não podem causar pânico.

A doença também atinge profissionais de saúde. Conforme a OMS, mais de 200 já morreram. A crise é tão grave que as eleições para o Senado na Libéria foram canceladas.

É de origem liberiana o primeiro caso de ebola diagnosticado nos Estados Unidos. O liberiano Thomas Duncan morreu nesta quarta-feira (8) em Dallas, Texas, após desembarcar no país na segunda quizena de setembro. Ele começou a apresentar os sintomas entre os dias 20 e 27 de setembro. Foi hospitalizado, mas não resistiu à enfermidade.

Da redação do Vermelho,
com informações da Agência Brasil