Crise da água leva tucanos a arrancar penas às vésperas da eleição

A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, afirmou durante ato de campanha em Recife, Pernambuco, nesta terça-feira (21) que as forças progressistas têm como meta para o próximo dia 26, data do segundo turno das eleições, “dar uma derrota em regra nos tucanos”.

Jose Anibal e Goldman

Ela foi enfática: “Não vamos deixar nenhuma pena de tucano presa por aí. Vamos deixar elas espalhadas”. A declaração da presidenta parece ser visionária. Isso porque a crise de abastecimento de água provocada pela gestão tucana – que eles tentaram arrastar para depois do fim das eleições – se agrava a cada dia escancarado o grau de descompromisso com a população.

Durante o ato que reuniu mais de 30 mil pessoas em Recife, a presidenta Dilma pontuou que, diferente dos tucanos, os governos Lula e Dilma enfrentaram a seca com políticas de infraestrutura. “Nós fomos capazes de enfrentar a seca e conviver com a seca. Nós sabemos que a seca vem e temos que estar preparados para ela. O estado mais rico do Brasil, o estado de São Paulo, não se preparou para a seca. O Nordeste se preparou e diante da maior seca, nós temos condições de viver aqui e não ficar catando pingo de água por aí. As milhões de cisternas são uma benção que construímos”, declarou a candidata sob os aplausos da multidão do seminário.

Os tucanos, por sua vez, estão arrancando os cabelos, ou melhor, as penas, por conta dessas críticas à crise hídrica em São Paulo. A tentativa de empurrar o problema para São Pedro não colou. Além disso, o racionamento de água, que o governador Geraldo Alckmin insistia em dizer que não existia, já atinge boa parte dos municípios paulistas, inclusive a capital.

Com os resultados da última pesquisa do Datafolha, que mantém Dilma na dianteira com 52% das intenções de voto, sendo que a candidata aumentou a vantagem na região Sudeste (subindo de 34% para 40%), o comitê de campanha de Aécio Neves decretou alerta vermelho, pois temem que o sucateamento tucano do sistema hídrico transfira mais votos para a candidata à reeleição no maior colégio eleitoral do País.

Choro de Goldmam

Um dos fundadores do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldmam, anda chorando as pitangas por conta disso chegando a dizer que era uma “sacanagem” as denúncias da presidenta Dilma. “Alckmin está no governo há anos e tem uma respeitabilidade com os paulistas que Aécio ainda não conquistou. Dilma merece a medalha da sacanagem. Fazendo o que faz, vai perder a legitimidade se for reeleita”, choramingou Goldman.

Outro tucano a se depenar é o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) que usou o Twitter para tentar destilar o seu ódio. Aníbal ficou irritado com os apontamentos feitos pelo presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta terça-feira (21).

Aníbal e o lodo do volume morto

Andreu afirmou que se a crise hídrica no Sistema Cantareira continuar, só restará o lodo após a retirada da segunda cota do volume morto. “Eu acredito que, tecnicamente, será inviável. E, do ponto de vista ambiental, essa água terá problema. Se a crise se acentuar, é bom que a população saiba que não haverá alternativa a não ser ir no lodo”, frisou.

Aníbal não se conteve e tuitou: “Este vagabundo Vicente Andreu, que deveria estar trabalhando em Brasília, disse que a segunda cota do volume morto é ‘pré-tragédia’”.

E não foi só isso. Em seguida acrescentou: “Lodo é para onde vai Andreu. Está na Agência para aparelhar os interesses da ruína que representa. Torce contra SP. Vai dar com os burros n'água/lodo”.

Sem água nas torneira, Alckmin dá desconto para quem baixar o consumo

Com as torneiras cada vez mais secas, o governador tucano Geraldo Alckmin não apresentou alternativa ao problema, a não ser o uso da segunda cota do volume morto. Mas para parecer que está fazendo alguma coisa, o tucano lançou ‘campanha de desconto’ para os que reduzirem o consumo. Ora, não tem água, governador! É claro que o consumo vai reduzir.

Pelas redes socais, circula um vídeo de Alckmin em que lamenta as críticas a sua gestão e diz que querem tirar “proveito político” da falta abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo.

Agora, diz o governador tucano, é o momento de “união” e “solidariedade”. “É lamentável que em um momento desses, onde há a necessidade de união de todos, alguns queiram tirar proveito político deste fato. Este não é o espírito de São Paulo”, disse o governador.

Solidariedade não falta aos paulistas, pois sabemos que essa crise atinge a todos, principalmente a população mais pobre que se vê na condição de ter que abrir buracos em casa para achar a água que os tucanos deixaram faltar nas torneiras. Cidades do interior, por exemplo, estão há dez dias sem água e a população, no desespero é obrigada a criar bloqueios contra carros-pipas para pegar o mínimo de água para a subsistência.

Os tucanos devem, sim, é assumir a responsabilidade por sucatear o sistema de abastecimento de água e por sua falta de gestão e vontade política.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências