OSCE comprova violação da trégua pela Ucrânia

Na Ucrânia, o regime de cessar-fogo tem sido violado, sobremaneira, pelas tropas governamentais, refere um relatório, divulgado, nesta quarta-feira (22), pela missão especial da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa). Segundo os dados oficiais, no período de trégua, em vigor desde o dia 5 de setembro, foram mortos 330 habitantes da região de Donbass.

Por Tatiana Tabunova

Bandeira da Ucrânia sobreposta à da União Europeia - colagem Voz da Rússia

Deste modo, se pode constatar que as tropas fiéis a Kiev desrespeitam os acordos alcançados com as milícias e efetuam ataques de artilharia regulares do território de Donbass. As informações sobre o assunto foram facultadas pela missão de observação da OSCE. Um documento, tornado público e colocado no seu website, dá conta de 75 casos de violação do cessar-fogo, 15 dos quais foram registrados pessoalmente por observadores europeus. Com isso, treze ataques dos quinze, tinham sido iniciados pelo Exército e dois – por milícias populares.

Dias antes, os dados análogos haviam sido apresentados por peritos da HRW (Human Rights Watch) que, em princípios de outubro, passaram uma semana inteira trabalhando na zona de Donetsk e recolhendo informações e provas de crimes militares praticados contra a população civil. Conforme os fatos revelados, o Exército ucraniano tinha submetido aos bombardeios os bairros residenciais da cidade, diz o colaborador científico sénior da HRW, Ole Solvang.

“Temos sérias provas de envolvimento das tropas ucranianas em alguns ataques a Donetsk no início de outubro. Os locais da queda de foguetes indicam que estes tinham sido lançados das zonas do sudoeste”.

Se tem uma impressão de as tropas governamentais estarem desprezando tanto o acordo de cessar-fogo, firmado em 5 de setembro em Minsk (Bielorrússia), como as portarias emitidas pelo presidente, Piotr Poroshenko, que, pela segunda vez desde o início do armistício, se viu obrigado a anunciar um “regime de silêncio” no leste do país.

O segundo anúncio foi feito após os militares terem alvejado com o fogo de artilharia a parte central de Donetsk, o que provocou uma forte explosão e um incêndio de grandes proporções em uma empresa petroquímica. Felizmente, foi possível evitar uma substancial emissão de gases tóxicos, embora a situação ambiental ali tenha sido seriamente afetada. O nível de concentração de dióxido de enxofre e de azoto (nitrogénio) veio exceder a norma em 5-8 vezes, afirma o vice-diretor do Centro Nacional de Ecologia, Alexei Vasilyuk. Isto tem causado um impacto negativo no meio ambiente e no estado físico de pessoas.

No entanto, o segundo “regime de silêncio”, anunciado por Kiev, não pode salvar os habitantes de Donbass. Na noite passada, três civis foram mortos. Ao todo, segundo a ONU, desde o início da trégua foram mortos 330 habitantes locais.

Para 24 de outubro está prevista uma sessão à porta aberta do Conselho de Segurança da ONU. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifesta esperança de que seja possível examinar tanto o relatório da OSCE, compreendendo o período de 18 de agosto a 16 de setembro, como os fatos mais recentes que se tornaram públicos – as valas comuns, o uso de ogivas múltiplas em ataques a zonas residenciais, um vídeo com as imagens de execução por fuzilamento de um homem inocente, as numerosos provas de torturas, raptos, violência sexual e outros hediondos crimes, cometidos por membros de destacamentos punitivos.

Fonte: Voz da Rússia