Parlamentares defendem ajuste fiscal por investimento e emprego
O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que os líderes da base saíram da reunião com a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (1º/12) comprometidos em aprovar nesta terça-feira (2) à noite a mudança da meta do superavit primário. Fontana afirmou que a base está “bastante comprometida” com a aprovação da proposta, que entrará na pauta da sessão do Congresso às 18 horas.
Publicado 02/12/2014 15:12

“O que a presidenta voltou a afirmar é a importância estratégica da votação desta alteração da LDO para, ao diminuir o superavit primário, permitir que o nível de investimentos, de preservação dos empregos e da renda da população se mantenha”, afirmou Henrique Fontana.
A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali, confirma as palavras de Fontana. Segundo ela, que participou da reunião com a presidenta Dilma, “nós estamos sustentando e apoiando essa modificação para que não tenhamos mudanças dramáticas para a sociedade brasileira”. A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Graziotin (AM), também esteve presente à reunião.
Segundo Jandira, a decisão não coloca em xeque a credibilidade do governo, como alega a oposição e a grande mídia. “Esse é o discurso da mídia e oposição, que foi derrotada na urna que tinha como plano a meta fiscal elevada”, diz a parlamentar, para quem a oposição não tem preocupação com emprego e renda, mas com interesses de segmento bastante abastado que é o sistema financeiro.
Segundo ela ainda, a pressão da oposição contra a matéria é mero jogo de cena com o objetivo de manter um terceiro turno eleitoral no país. “Eles foram derrotados pelo povo”, destaca Jandira.
Ela explicou ainda que essa meta de superavit (economia feita para pagar os juros da dívida pública) trouxe, durante anos, muitas dificuldades para o povo. “Para garantir a meta do superavit, se cortou direitos, não aumentou renda do trabalhador, desempregou, tudo para favorecer o sistema financeiro.” E lembrou ainda que os partidos de esquerda sempre acharam importante a redução ou zerar o superavit.
“A perspectiva é manter renda e emprego, um superavit como foi determinado, a sua manutenção, traria corte de despesas porque não tem como aumentar arrecadação se o governo desonerou de impostos muitos setores industriais – R$ 75 bilhões”, afirmou ainda a líder comunista.
Estratégia
Fontana disse que os líderes da base discutiram estratégias de Plenário para tentar bloquear a obstrução dos partidos de oposição – especialmente DEM e PSDB. Ele não quis adiantar nenhuma manobra, mas afirmou que o governo vai continuar ouvindo calado às críticas dos oposicionistas, já que cada tempo usado pelos governistas para defender o governo pode atrasar ainda mais o desfecho da votação.
Fontana disse ainda que os líderes saíram da reunião de ontem com a promessa de que novos encontros serão realizados com maior frequência entre a presidente e aliados.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), já informou que a bancada petista votará, em peso, na aprovação do ajuste fiscal. “A proposta do governo não traz nenhum prejuízo para os brasileiros. É uma flexibilização que não reduz recursos para os investimentos ou para programas sociais importantes do país como o Minha Casa, Minha Vida”, afirmou.
“A nossa opção pelo ajuste nesse momento se deu pelo ambiente global de queda de crescimento de todos os países do mundo e de forte desemprego. Para o nosso governo, o mais importante não é fazer superavit primário a qualquer custo, aumentando desemprego, parando um processo de distribuição de renda e estancando os investimentos públicos e a infraestrutura”, argumentou Fontana.
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Da Redação em Brasília
Com agências