Voz da Rússia: “Washington é o mais interessado no caso do Boeing”

O Comitê de Investigação da Rússia irá entregar à comissão internacional novos dados sobre a participação de militares ucranianos na catástrofe do Boeing em Donetsk. Mas, segundo Konstantin Churov, presidente da Comunidade Russa da Ucrânia, o Ocidente não irá novamente dar ouvidos aos argumentos da Rússia.

Ucrania boeing Malaysia Airlines

Vladimir Markin, representante oficial do Comitê de Investigação da Rússia, comunicou ontem, 24 de dezembro, que a Rússia está pronta a comunicar à comissão internacional de investigação das causas da queda do Boeing-777 no céu da Ucrânia novos dados obtidos de um militar ucraniano.

Segundo a testemunha, o Boeing podia ter sido derrubado por um avião militar Su-25 da Força Aérea da Ucrânia, pilotado pelo capitão Volochin. O aparelho levantou voo do aeródromo situado perto da cidade de Dnepropetrovsk. Além disso, esta testemunha “viu pessoalmente como, antes do voo, o avião de Volochin estava equipado com mísseis ar-ar, mas voltou sem eles”. O polígrafo (detector de mentiras) confirmou a veracidade das declarações da testemunha. O avião da Malaysia Airlines, que realizava o voo entre Amsterdã e Kuala Lumpur, foi detruído em Donetsk no dia 17 de julho de 2014. A bordo seguiam 298 passageiros, todos morreram.

“É surpreendente que, depois da eleição da nova Rada Suprema, não tenha sido criado um comité ou comissão especial que analisasse esse incidente trágico. Isso influi diretamente na imagem da Ucrânia na arena internacional. E, nesta situação, tudo o que for apresentado pela Rússia, o Ocidente irá “dividir por cem”. Porque o objetivo da política externa não é encontrar a verdade, mas um resultado político. Infelizmente, os destinos das pessoas tornam-se, mais uma vez, reféns de jogos políticos e interesses geopolíticos”, declarou à rádio Sputnik Konstantin Churov, presidente da Comunidade Russa da Ucrânia.

Além disso, segundo ele, a catástrofe do Boeing foi vantajosa para os EUA, que fizeram conscientemente “chocar” a Rússia, a Ucrânia e a UE.

“Penso que o jogador mais interessado neste caso é Washington. Por uma razão simples: ele faz chocar três testas de uma vez: Rússia, Ucrânia e a União Europeia, que é obrigada a dançar ao som da flauta dos EUA. Esta é talvez a explicação mais simples para esse acontecimento trágico”, considera o presidente da Comunidade Russa da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, Konstantin Churov tem sérias dúvidas de que o Ocidente, nos próximos tempos, reconheça a falta de fundamento das suas acusações à Rússia.

“O Ocidente põe 'as carruagens a frente da locomotiva' quando se trata do reconhecimento de erros inventados e reais de Moscou. Mas o reconhecimento dos seus próprios erros vem duzentos anos depois, quando os contemporâneos deste acontecimento já tiverem falecido há muito tempo. Por isso, considero que o Ocidente, pelo menos durante 30 a 40 anos, ou talvez 100, não revelará documentos e fatos que provem as verdadeiras causas da catástrofe”, concluiu Konstantin Churov.

Fonte: Voz da Rússia