Governo com forte participação popular é meta de Pimentel em Minas

Fernando Pimentel (PT) foi empossado na manhã desta quinta-feira (1º de janeiro), como governador de Minas Gerais. A solenidade aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e foi acompanhada por centenas de pessoas. Pimentel foi eleito em primeiro turno numa coalizão que reuniu PT, o PMDB, PCdoB, PRB e o Pros.

Posse de Fernando Pimentel, Minas Gerais - Omar Freire/Imprensa MG

Seguindo o cerimonial, Pimentel e seu vice, Antônio Andrade (PMDB), passaram pelos Dragões da Inconfidência da Polícia Militar. No plenário da Assembleia, eles entregaram suas declarações de bens para o presidente da Casa, Dinis Pinheiro (PP) – que assumiu o governo em abril, após renúncia de Antonio Anastasia (PSDB) que deixou o cargo para se candidatar ao Senado, sendo eleito.

No discurso de posse, Pimentel falou sobre o simbolismo democrático da cerimônia e exaltou a democracia. Visivelmente emocionado, ele fez homenagem àqueles que lutaram pela redemocratização do Brasil classificando-os como “sonhadores do passado”.

Ele enfatizou também a importância da participação popular na condução do governo. “Não acredito que grupos encastelados possam traçar o destino das pessoas”, disse ele, conclamando a todos a participar da construção do governo de Minas Gerais. “Não farei o governo do eu, mas o governo do nós, de todo nós”.

A posse contou com a participação do rapper Flávio Renegado, músico do Alto Vera Cruz (região Leste de Belo Horizonte), que cantou o hino nacional. O músico teve participação ativa na campanha de Pimentel e da presidenta Dilma. A solenidade foi breve, já que Pimentel participa da posse da presidenta reeleita Dilma Roussef, em Brasília, marcado para às 15 horas.

Antes da posse, Pimentel concedeu entrevista coletiva em que criticou a gestão dos tucanos, que governavam o estado desde 2003. Segundo ele, o maior desafio de seu mandato será mudar “o conceito de governo” em Minas.

“Vamos fazer um governo participativo. Vamos abrir o governo para a participação do cidadão e da cidadã. Não vamos governar trancados nos gabinetes", salientou Pimentel, destacando que a partir desta sexta-feira (2), sua equipe de governo iniciará uma análise da situação do Executivo, que passa por graves problemas financeiros.

O processo de transição em Minas não transcorreu como deveria, segundo o petista. A falta de informações sobre a situação econômica do governo foi uma das principais críticas da equipe de transição ao longo do processo. “A partir de amanhã vamos ter os dados necessários. Certamente com um prazo relativamente curto vamos apresentar a Minas um balanço da situação do Estado. Não um balanço financeiro, contábil, mas um balanço da situação geral. Social, econômica, institucional, para que todos os mineiros e mineiras possam saber qual nosso ponto de partida”, pontuou.

Pimentel fez questão de declarar que o balanço não será um instrumento de disputa política. “Não é um olhar para o passado. É um olhar para o futuro. De onde estamos partindo e onde queremos chegar”, ressaltou o governador.

Pimentel recebe o estado quebrado, com um alto endividamento e, por outro lado, com o desafio de promover a inclusão social e modernizar a infraestrutura do estado.

Equipe de governo

Questionado sobre os critérios para a escolha de seu secretariado, Pimentel disse que equilibrou dois fatores: a representação política e competência técnica.

Sobre as perspectivas de seu governo, Pimentel afirmou acreditar que 2015 é um ano promissor e apontou a criação dos conselhos regionais, que terão participação da população, como uma das prioridades. “Sabemos que vai ser um ano de ajustes necessários para o estado e para o país, mas um ano promissor. Nós estamos muito animados, nós vamos trabalhar intensamente para que, no fim de 2015, a gente comemore um ano ganho e não um ano perdido”, disse.

Eleito em primeiro turno

Pimentel obteve 5.362.870 votos (52,98%) derrotando em primeiro turno o candidato Pimenta da Veiga (PSDB), que obteve 41,89% dos votos.

Fernando Pimentel é mineiro natural de Belo Horizonte. Formando em economia, ele foi secretário municipal de Planejamento da capital, vice-prefeito e prefeito por duas vezes. Em fevereiro de 2014, deixou o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma para concorrer ao governo de Minas.

Derrota tucana

É a primeira vez que o PT assume o governo de Minas, após 12 anos de desmandos do PSDB de Aécio Neves, que governou o estado por dois mandatos. A vitória das forças progressistas em Minas foi um baque para os tucanos. Em entrevista concedida pouco mais de quinze dias após a realização do primeiro turno, Aécio disse que não conseguiu absorver a acachapante derrota que sofreu nas eleições em sua terra, tanto na eleição para o governo do estado como para a presidência.

Dilma venceu em Minas com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio “Ainda estou tentando entender. Meus adversários tiveram ação organizada muito forte nas regiões mais pobres de Minas”, confessou o tucano.

Ele tentou explicar: “Houve talvez certa negligência do nosso pessoal. E nossa candidatura estadual também não foi bem. No segundo turno, a força do governador eleito acabou sendo um contraponto forte. Ninguém é invencível. Eu não sou infalível. É do jogo político. Souberam ser mais competentes do que nós. A responsabilidade é minha mesmo”.

Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências