Marta quis atirar em Deus e acertou o padre, diz Juca Ferreira

Juca Ferreira, ministro da Cultura do segundo mandato de Dilma Rousseff, comentou as declarações da ex-ministra e companheira de legenda, a senadora Marta Suplicy (PT) após a sua posse nesta segunda-feira (12) em cerimônia em Brasília.

Posse de Juca Ferreira no Ministério da Cultura - Agência Brasil

Ele assume a pasta com uma crise interna desencadeada pela entrevista de sua antecessora na Cultura, que lançou críticas a integrante do seu partido e à própria gestão de Juca à frente do ministério entre 2008 e 2010, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com o plenário lotado de representantes de grupos culturais, lideranças políticas e funcionários do Ministério da Cultura, Juca Ferreira não fez menção às declarações de Marta em seu primeiro discurso. Mas após a cerimônia, em entrevista aos jornalistas, o ministro comentou as declarações da senadora que, segundo ele, quis “atirar em Deus e acertou o padre”.

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“Eu sou um alvo eventual, ela quis atirar em Deus e acabou acertando num padre de uma paróquia. O problema dela é com o partido dela, que é o meu também, é com a presidenta da República, é com um desejo já de algum tempo de ser candidata”, pontuou Juca.

O ministro cutucou Marta, ao afirmar que ela se voltou contra ele porque foi “mais aplaudido que ela”, durante evento cultural. “Paciência, eu não posso ser punido pela popularidade que vocês viram aí e ninguém pode dizer que isso é claquete, porque não é. Isso são pessoas que reconhecem o trabalho que foi feito no governo do presidente Lula e queriam a continuidade dessas políticas”, rebateu o ministro.

Juca também disse que se sentiu agredido com “a irresponsabilidade com que ela tratou uma pessoa honesta que tem quase 50 anos de vida pública”, mas disse estar aberto ao diálogo.

Apoio político

A posse de Juca contou com a presença de diversos ministros, como Aloizio Mercadante (Casa Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Carlos Gabas (Previdência Social), Arthur Chioro (Saúde), Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Vinícius Lage (Turismo), Nilma Lino Gomes (Igualdade Racial) e Eleonora Meniccuci (Mulheres).

O ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse: “Juca é um excelente ministro. [Temos] Uma confiança enorme num mandato inovador aberto, valorizando a cultura brasileira. Um excelente companheiro de governo".

O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) classificou a entrevista de Marta como um “desastre”. “As críticas que ela faz têm muito mais a ver com a sucessão paulistana do que propriamente os grandes temas nacionais. Eu espero que possamos contornar ainda esse problema”, disse.

Conselhos

Durante a cerimônia, o ministro anunciou a criação de um gabinete digital, que deve dar transparência aos atos do ministério. A intenção é que o gabinete seja a interface de uma gestão aberta e colaborativa com os cidadãos.

A interação será realizada, também, com ampliação da participação social, com a reativação do Conselho de Políticas Culturais e do fomento às conferências de cultura. De acordo com o novo ministro, o Ministério da Cultura voltará a ser o espaço de experimentação de novos rumos.

“O MinC está de volta para o futuro, o lugar da memória e da inovação, das raízes tradicionais e da nova ousadia criativa, da imaginação e da invenção reconvocadas a colaborar com o Brasil”, afirmou o ministro.

Trabalhadores

Juca Ferreira recebeu uma pauta de reivindicações dos funcionários do Ministério da Cultura. A categoria pede que o ministro devolva o protagonismo da pasta e que sua gestão seja democrática, participativa e inclusiva.

“Precisaremos de um esforço de planejamento capaz de dotar o ministério das condições de realização da sua missão institucional, qualificando e modernizado a gestão”, explicou o ministro.

Da Redação
Com informações de agências