UNE defende passe livre para todos os estudantes

Na última sexta-feira (9) várias cidades brasileiras realizaram manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus. Na capital paulista, cerca de dez mil marcharam contra o reajuste. A UNE, a UEE-SP e demais entidades participaram. A presidenta da UNE, Virgínia Barros, explicou que o passe livre para estudantes cotistas e prounistas na capital – que vai beneficiar mais de meio milhão de jovens, pelo prefeito Fernando Haddad – é um grande avanço e sinal de que a tarifa zero é possível.

Virgínia Barros - Thiago Cassis

“O passe livre estudantil sempre foi uma das principais bandeiras da UNE. Precisamos estender esse benefício a todos os estudantes sem distinção”, ressaltou.

A presidenta da UEE-SP, Carina Vitral, ainda ressaltou a necessidade de regulamentação desta conquista para que ela efetivamente comece a valer: “a nossa inquietação é pela urgência da regulamentação do projeto. Promessa é dívida. Educação não se faz só na sala de aula, no museu e na interação do estudante com a sociedade”.

Para a presidenta da UNE, as lutas das ruas que ganharam maior volume a partir da jornadas de junho de 2013 garantiram importantes avanços para a cidade de São Paulo, como o Conselho Municipal de Transportes, as ciclofaixas, os corredores de ônibus. “Agora é preciso avançar na conquista histórica do passe livre para que chegue a todos os estudantes e caminhar na perspectiva da tarifa zero”, afirmou.

UNE condena a violência da PM

Mais uma vez uma manifestação democrática terminou com cenas de violência da Polícia Militar do estado de São Paulo contra os manifestantes. “O governador Geraldo Alckmin não respeita a democracia e se recusa ao diálogo, sempre lançando mão da violência contra manifestações legítimas. Pouco ou quase nada fez pelo transporte público, pelo contrário: o metrô de São Paulo é cenário do maior escândalo de corrupção da história do estado”, destacou o presidente do DCE da Fatec e vice-presidente regional da UNE no estado, Arthur Miranda.

Reforma Política para conquistar Reforma Urbana

No ano passado, uma auditoria encomendada pela Prefeitura de São Paulo sugeriu, mostrando contratos recentes para concessões públicas, que o lucro das empresas de transporte é alto e pode diminuir. Para Vic apenas uma reforma política poderá diminuir a influência do poder econômico na gestão das cidades. “Precisamos mudar a forma de fazer política no nosso país, para que nenhum governante e nenhuma Câmara de Vereadores fique refém dos empresários de transporte da cidade”, afirmou durante o ato.

Atos contra o aumento da passagem em várias cidades

No Rio de Janeiro, as entidades estudantis se reuniram com mais de mil pessoas em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, e marcharam até a Central do Brasil. Na capital carioca, o reajuste foi de R$ 3,00 para R$3,40. O passe livre estudantil para secundaristas já existe há muito tempo e para os universitários de baixa renda foi instituído em 2014. “No Rio, os estudantes também lutam agora pelo passe livre irrestrito”, explicou o diretor de Comunicação da UNE, Thiago José, que participou da passeata.

Em Recife, a manifestação começou cedo no Consórcio Grande Recife, perto do Cais de Santa Rita. O reajuste na Grande Recife foi de R$ 2,15 para R$ 2,45. “Aumento de passagem é roubo, queremos transparência sobre os lucros exorbitantes das empresas que nos tratam como sardinhas humanas e exploram os trabalhadores, queremos passagem mais barata pelo nosso direito de ir e vir e queremos passe livre estudantil irrestrito”, ressaltou a presidenta da União dos Estudantes Pernambucanos (UEP), Melka Pinto.

Na Bahia, a União dos Estudantes da Bahia (UEB) e entidades estudantis aprovaram em uma plenária nesta sexta (9), em Salvador, uma carta aberta à população baiana em que considera “abusivo” o aumento da tarifa de ônibus, de R$ 2,80 para R$ 3,00. Além da nota foi aprovado um ato das entidades em umas das maiores festas populares de Salvador, a lavagem do Senhor do 
Bonfim, que acontecerá no próximo dia 15 de janeiro.

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Fonte: UNE