Rússia: mobilização de reservistas na Ucrânia piora crise no país

A mobilização de reservistas e recrutas declarada pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, não ajuda o processo de conversações para resolver a situação no Donbass, disse nesta sexta-feira (16) o chanceler russo, Serguei Lavrov.

Serguei Lavrov

“Claro que quaisquer ações associadas com a escalada militar não ajudam nem o processo no âmbito do grupo de contato, nem no âmbito do 'quarteto da Normandia'. Nós chamamos a atenção para esta questão de nossos parceiros ocidentais, da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa)  e da própria liderança ucraniana.

O presidente Putin sempre salienta nos contatos com o presidente Poroshenko que tais cálculos (que, aparentemente, estão sendo preparados pelo 'partido da guerra') são muito perniciosos”, disse Lavrov, falando na conferência de imprensa após reunião com o ministro das Relações Exteriores da Tanzânia, Bernard Memba.

O ministro russo disse que isso é "a posição errada" e que ela "mina o espírito dos acordos de Minsk. Vamos esperar que todas estas declarações não levem a agravamento do confronto militar", disse Lavrov.

Ainda segundo o membro do governo russo, o Ocidente, em vez de investigar os crimes e tragédias na Ucrânia, tenta apontar o dedo à Rússia ou às milícias.

“O esquema das ações de alguns dos nossos parceiros é o seguinte: depois de um incidente, apontar o dedo às milícias, à Rússia, adotar novas sanções… e depois não querem saber de mais nada”, disse o ministro.

“Até o momento, nenhum crime foi investigado. Trata-se do fuzilamento dos ativistas do Maidan por franco-atiradores, das tragédias em Odessa em 2 de maio e em Mariupol, trata-se do golpe aéreo contra a administração regional de Lugansk, trata-se do acidente do Boeing malaio… Agora parece que ninguém exceto nós se lembra desses e de outros incidentes”, frisou.

Com informações da Voz da Rússia