Paulo Pimenta: Liberdade de expressão da mídia é seletiva e covarde
Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), apesar da mídia fazer um discurso em defesa da liberdade de expressão “ampla e irrestrita” para contrapor qualquer tentativa de discutir ou de estabelecer algum tipo regulação, ela é cada vez mais intolerante e seletiva.
Publicado 23/01/2015 18:04
Em artigo, o parlamentar usa como exemplo o humor, tão propalado nos últimos dias por conta do ataque ao jornal francês Charlie Habdo. No texto, Pimenta ressalta que o humor, por ser humor, não está desprovido de caráter ideológico e critica o fato de os humorísticos da mídia do país, na sua maioria, não buscarem produzir uma consciência crítica da população em relação às minorias. “Pelo contrário, na medida em que eles reafirmam o preconceito, produzem um retrocesso no pensamento coletivo, contribuindo para um sistema de diferenciação, segregação e exclusão”, completa.
O parlamentar destaca também que a postura da mídia, quando ela mesma é alvo do humor, distancia-se daquela atitude altiva de defender a liberdade de expressão. “Ela reage de forma autoritária quando é zombada ou satirizada em razão de seus erros e, especialmente, suas grandes fantasias jornalísticas. Rapidamente, ela age, seja dentro do seu próprio campo ou indo até ao Poder Judiciário, para impedir qualquer prejuízo a sua, já abalada, credibilidade”, afirma.
Como exemplo, Pimenta recorda o episódio do blog satírico Falha de S.Paulo, que fazia humor a partir de críticas a conteúdos publicados pelo jornal Folha de S.Paulo. “Imediatamente, 17 dias depois, a Folha obteve liminar e censurou o blog, que saiu do ar. Além disso, os autores estão sendo processados”, salientou.
Fonte: PT na Câmara