No aniversário de SP, ato de separatistas com 20 pessoas vira chacota

Celebrar a diversidade regional, a vinda de imigrantes de todas as partes do mundo em uma só festa regada à gastronomia e música das mais diversas localidades e espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Esse foi o intuito da grande atividade cultural promovida neste último domingo (25), pela Prefeitura de São Paulo e reuniu milhares. Mas nem todos consideram essa mescla cultural interessante. Para um grupo separatista, São Paulo “não pode aceitar todo mundo”.

Separatismo - Foto Montagem, Ricardo Stuckert/Débora Melo

Para o professor de história Júlio César Bueno, 24 anos, presidente do Movimento São Paulo Independente (MSPI), que defende a separação do Estado do restante do país, “o estado está inchado em população. Como vamos resolver isso? Expulsando as pessoas? Não. Mas precisamos procurar meios para que a população cresça de forma controlada. Temos um território relativamente pequeno e podemos ter cada vez mais crises de falta de água e de energia”.

Separatismo em baixa

O grupo havia marcado uma “visita” ao obelisco do Ibirapuera neste domingo, aniversário de São Paulo, mas encontrou os portões do monumento fechados – policiais informaram que a interdição era uma medida de segurança diante da “manifestação” convocada pelo grupo. Cerca de 20 pessoas compareceram ao ato.

De acordo com Bueno, o movimento “repudia” xenofobia, mas entende que é preciso controlar a entrada de pessoas no Estado.

Enquanto isso, no outro lado da cidade, exemplo de união dos povos

"Enquanto o PT governar a cidade de São Paulo e o Brasil, os bolivianos serão tratados como brasileiros". A afirmação foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde deste sábado (24), durante visita à terceira edição da Feira da Alasita – tradicional encontro boliviano na Capital.

Leia mais:
Festa de comunidade boliviana terá presença do ex-presidente Lula

Lula destacou a contribuição dos imigrantes à cultura e à economia do país e reforçou que já houve "avanços extraordinários" na integração latinoamericana. Ao lado do secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, Rogério Sottili, o ex-presidente visitou uma barraca de artesanatos bolivianos e provou a salteña – prático típico do país.

A região metropolitana de São Paulo tem aproximadamente 45% de sua população adulta originários de outros estados ou países, proporção só superada pelo Distrito Federal, onde 75% dos habitantes não nasceram na capital federal. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com o estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo.

Laís Gouveia, da redação do Vermelho

Com agências