Câmara empossa deputados; expectativa é de disputa acirrada 

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que assumiu neste domingo (1º/2), o seu quarto mandato, disse que a expectativa para o ano legislativo que se inicia é que “a Câmara dos Deputados ocupe o espaço que lhe cabe, sendo o centro do debate nacional em torno dos grandes temas de interesse do nosso país. Entre esses, eu destaco o debate inadiável da reforma política democrática, que exclua o financiamento das empresas nas campanhas dos políticos.”

O deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG), que assumi seu primeiro mandato, acredita que a Câmara vai encarar situação política muito tensionada, reflexo das eleições de 2014 que representou dois projetos para o Brasil, um submetido a outros interesses, com menos desenvolvimento e outro, inaugurado com Lula e Dilma, que busca caminho de prosperidade para o Brasil.

Ele lembrou que o Congresso deve votar políticas avançadas que garantam o desenvolvimento do país. “A população brasileira não votou na Dilma para que tenhamos retrocessos. E o Congresso tem papel nisso ao votar projetos necessários ao desenvolvimento do Brasil, como uma reforma política para democratizar a participação política, a regulamentação da mídia para dar informação de melhor qualidade e reforma tributária, que taxe as grandes fortunas, desonere a produção e garanta geração de empregos.”

Luta dos trabalhadores

Referência na luta em favor dos trabalhadores, Daniel Almeida afirmou que a luta dele é de que os direitos dos trabalhadores sejam mantidos e ampliados. O deputado também considera relevante “travar discussão que favoreça o desenvolvimento do nosso país, aprovando matérias que recupere a nossa economia e estabeleça reforma tributária, que garanta tributação mais progressiva. E que a Câmara possa ser o centro de deliberação em favor do Brasil”, enfatizou.

“Eu continuarei na mesma trincheira de defesa dos trabalhadores e dos direitos sociais, buscando fazer com que sejam aprovados os temas que fazem parte do debate e ainda não houve deliberação, como é o caso da redução da jornada de trabalho; convenção 158, que proíbe demissão imotivada e fim do fator previdenciário.”

O deputado disse ainda que vai manter a luta para garantir a valorização do salário mínimo, que tem beneficiado tanto o Brasil e os trabalhadores. “É fundamental manter esses direitos e conquistas. A nossa luta continuará nessa direção”, conclui o parlamentar, antes de participar da solenidade de posse, que começou às 10 horas, em sessão solene na Câmara dos Deputados.

“Assim o prometo”

A solenidade de posse foi presidida pelo deputado Miro Teixeira (Pros-RJ – na foto ao lado da coordenadora da bancada feminina, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), por ser o mais idoso entre os com maior número de mandatos.

Ele anunciou o nome de cada um dos eleitos individualmente, cobrando deles o compromisso de “defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”. Um a um, todos os 513 parlamentares anunciaram ao microfone: “Assim o prometo”.

Entre os que tomaram posse, 289 são deputados reeleitos, 26 já tiveram mandato em algum momento e 198 são novos deputados – que chegam à Câmara Federal pela primeira vez. A grande maioria dos eleitos é homem (462), possui ensino superior completo (410) e tem entre 51 e 60 anos (187). Há predomínio de brancos (80,1%), com 15,8% de pardos e apenas 4,1% de negros. As mulheres representam 10% da Casa – 51 deputadas.

Após a cerimônia de posse, os deputados terão até as 13h30 para registrarem a formação de blocos parlamentares na Secretaria-Geral da Mesa Diretora. Às 14h30, ocorre a primeira reunião de líderes para definir quais partidos ou blocos ocuparão quais cargos na Mesa Diretora, que é composta pela Presidência da Câmara dos Deputados, duas vice-presidências, quatro secretarias e igual número de suplências. Todos têm mandato de dois anos.

Ministros/Deputados

Uma edição extra do Diário Oficial da União foi publicada no sábado (31/1) com a exoneração de cinco ministros de Estado para que tomem posse de seus cargos no Congresso Nacional neste domingo.

Quatro são deputados eleitos em outubro do ano passado, que tomaram posse na Câmara e serão nomeados novamente para os cargos no Executivo, deixando a vaga no Congresso para seus suplentes.

Os ministros afastados temporariamente são os deputados federais Pepe Vargas (PT-RS), ministro da Secretaria de Relações Institucionais; Patrus Ananias (PT-MG), ministro do Desenvolvimento Agrário; Edinho Araújo (PMDB-SP), ministro da Secretaria de Portos; e George Hilton (PRB-MG), ministro do Esporte. A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ministra da Agricultura, eleita para o Senado, também foi exonerada ontem.

Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier