Entidades maranhenses repudiam machismo da mídia

 UJS, Pastoral da Mulher e Sindicato dos professores emitiram nota contra matéria que ataca mulheres no governo Flávio Dino

 A União da Juventude Socialista (UJS) , a Pastoral da Mulher, A União Brasileira de Mulheres (UBMA-MA), O Partido Democrático Trabalhista e o Sindicato dos Professores da Rede Estadual de Ensino (Sinproesemma), emitiram nota neste domingo, 1º, repudiando o que chamaram de" primeiro ataque de rede nacional ao governo do Maranhão".

A nota é uma resposta a matéria vinculada pela Folha de São Paulo no último dia 30 de janeiro que se refere à mulheres que ocupam cargos no governo Flávio Dino como indicações de maridos e namorados.

A matéria da Folha de São Paulo intitulada  "Dino nomeia parentes de aliados no Maranhão" induz o leitor a erro, sugerindo nepotismo no governo do Maranhão ao citar a "namorada" do Secretário de Articulação Política , Márcio Jerry, como ocupante do cargo de chefe de gabinete do governador Flávio Dino por ter vínculos afetivos com o secretário.

Leia abaixo a íntegra da nota:

A política brasileira faz tempo que vê-se nela uma necessidade absoluta de além de discutir, se rediscutir a forma e modelo de fazer. Diversos grupos políticos possuem opniões diferentes de como realizá-la, mas há algo que nos é consenso é necessário já há algum tempo: é preciso a política brasileira estar mais perto do povo.
Digo isto, porque cada vez mais os grupos políticos brasileiros, desde os mais progressistas aos mais conservadores, defendem a necessidade de incluir jovens, mulheres, negros e outros segmentos que sempre foram colocados como minoria e inexpressivos.
vê-se neles a reafirmação que ainda é preciso acreditar na política, mas fica claro que este jeito de fazer política impõe uma camada muito pequena desta participação.
No Maranhão, com as eleições de 2014 entramos em um novo ciclo na política e no desenvolvimento do estado. Os movimentos sociais saíram vitoriosos deste processo, elegendo um candidato que Dialoga e se responsabiliza pelo empoderamento dos mais diversos segmentos e muito em especial as mulheres. Mas também sabemos que é preciso romper com os atrasos da política maranhense que perpassam por espaços que não deveriam ser cotidianamente políticos, como blogs e redes sociais. Estes parecem estar desacostumados com formas diferentes de fazer política e também um tanto incomodados com o papel que as mulheres podem e terão neste governo.
Nesta semana aconteceu o primeiro ataque de rede nacional ao governo do Maranhão, um governo com 31 dias, muitos decretos assinados inovadores, muita participação popular e a grande mídia acaba se incomodando e procurando relacionar o protagonismo de algumas mulheres na política unicamente pela sua relação pessoal.
Como diria o poeta, "seria cômico se não fosse trágico" porque este papel de subestimar a capacidade política e técnica das mulheres não admitindo que as mesmas podem e devem ocupar espaços normalmente tão masculinos nos fazem reafirmar como é preciso fazer diferente.

O fato do Maranhão eleger a primeira governadora mulher no Brasil não satisfaz mais e nunca simplesmente satisfez no estado do Maranhao à participação das mulheres inclusive, nos enfraquece. Porque de nada adianta um governo feminino que não vive a realidade da mulher maranhense, a realidade de toda mulher feminista. A realidade da mulher brasileira que vem conquistando e emancipando seus espaços com muitos esforços no dia dia.
A mulher que com muita Luta conseguiu o direito de votar, de estudar, de escolher seu relacionamento afetivo e até o direito de poder se separar, que hoje pode escolher sua profissão, e continua lutando pra ter a liberdade sobre seu corpo. Mas nós mulheres queremos mais, porque ainda precisamos garantir mais conquistas de direitos, para emancipar as mulheres de fato, num governo democrático precisa ficar claro que não existe igualdade para o povo sem emancipar as mulheres.
E não é com chá da tarde que que vamos emancipar as mulheres e sim com políticas públicas! Teremos a certeza que posturas como essas que surgiram nesta semana não enfraquece o movimento de mulheres, muito pelo contrário.
o Maranhão é o estado com grandes índices de prostituição infantil, onde meninas de 10 anos vendem o corpo para garantir sua única alimentação no dia, isso sem falar na evasão escolar de meninas que virão mães com 15 anos de idade que precisam optar entre ser mãe ou estudar pois as nossas escolas não possuem estrutura para recebe-las.
É preciso desmistificar o conceito de palácio que foi sempre colocado e dar as grandes rainhas e princesas de nosso estado: as grandes mulheres maranhenses! Avante!

Assinam esta carta: UJS-MA,UBM-MA, AMT/PDT, SIMPROESEMMA, Pastoral da Mulher
Fonte: Maranhão da Gente