Pequim preserva cultura evitando batizar ruas com nomes de líderes

As novas ruas da capital chinesa não poderão ter o nome de líderes chineses nem de estrangeiros; os nomes antigos, como de becos, podem continuar como estão, desde que não sejam como "excremento" ou "besouro-do-esterco".

Hutong em Pequim

Uma série de padrões projetados pelo governo municipal de Pequim, atualmente na solicitação da opinião pública, dá prioridade à conservação aos nomes antigos dos locais. O documento estipula que devem ser protegidos como "legados culturais" e mantidos na nomeação de novas ruas, pontes, praças e outros locais públicos na cidade.

Os padrões exigiram particularmente que os hutongs, ou seja, becos estreitos entre as moradias icônicas da cidade, devem ser protegidos nos nomes de novas ruas ao redor.

No entanto, quanto aos nomes com palavras indecentes, o documento sugere uma substituição homofônica, citando o exemplo de "Hutong do Besouro-do-esterco, substituído por "Hutong Sempre Brilhante".

Nomes vulgares dos locais eram comuns em Pequim. Alguns até incluíam excrementos de animais e nomes de prostitutas. A maioria foi substituída por homófonos mais elegantes.

Os padrões também proibiram o uso de nomes de líderes chineses, estrangeiros e lugares fora da China. Os nomes de chineses modernos são "não recomendados".

Não é a primeira vez que Pequim emitiu essas proibições. Em 1949, o ex-líder chinês Mao Tsé Tung proibiu o uso de nomes dos líderes do Partido Comunista da China nos locais para evitar o culto à pessoa.

A cidade, no entanto, batizou três ruas com o nome de três generais do partido Kuomintang para comemorar seus sacrifícios na guerra contra a invasão japonesa.

Fonte: Xinhua