Novo escândalo envolve ex-presidente francês Nicolás Sarkozy

Um novo escândalo envolve o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy (2007-2012), relacionado com umas viagens privadas que realizou, ao parecer, financiadas por um amigo seu investigado pela justiça.

Nicolas Sarkozy - AFP

A Procuradoria de Paris trabalha com base em uma informação judicial sobre três voos que custaram cerca de cem mil dólares cada um.

As viagens foram realizadas do aeroporto privado de Le Bourget, em Paris, a Doha (Qatar), a um aeroporto dos Estados Unidos e a outro em Abu Dhabi, entre os anos 2012 e 2013.

As quantidades foram faturadas à empresa Lov Group, propriedade de Stéphane Courbit, um amigo do ex-mandatário que supostamente as pagou.

Courbit é acusado no caso de abuso de bens sociais e de cumplicidade por ter cometido supostamente, de má fé, atos contrários ao interesse de sua empresa.

Ao mesmo tempo, continuam as revistas domiciliares feitas como parte da investigação da fraude batizada como Bygmalion, que também implica o conservador partido União por um Movimento Popular (UMP), de Sarkozy.

A residência do diretor de campanha de Sarkozy em 2012, Guillaume Lambert, e de seu antigo porta-voz, Franck Louvrier, foram revisadas recentemente para determinar que conhecimento tinham da fraude.

O escândalo estourou em maio de 2014, depois das revelações de que a companhia francesa Bygmalion emitiu faturas por vários milhões de euros imputadas às convenções da UMP, quando em realidade o dinheiro tinha sido usado para comícios do então inquilino do Palácio do Eliseu.

A manipulação estava dirigida a encobrir a violação do limite legal de despesas nas eleições de 2012, na qual o então mandatário foi derrotado posteriormente por François Hollande.

Segundo a lei, na campanha podiam ser utilizados 22,5 milhões de euros e, de acordo com diferentes versões, na realidade foram gastos entre 10 e 18 milhões a mais.

Perante este caso, a Promotoria de Paris abriu um expediente por falsificação, abuso de confiança e tentativa de fraude.

Os investigadores tentaram determinar se Sarkozy e o ex-dirigente da UMP Jean-François Copé, cujo escritório na Assembléia Nacional também foi revistado, sabiam das irregularidades.

Sarkozy foi relacionado a vários casos de corrupção, entre eles os casos Karachi, referido a comissões pela venda de armas ao Paquistão, e o da arbitragem que favoreceu seu amigo Bernard Tapie em uma disputa com um banco estatal.

Fonte: Prensa Latina