Chanceler russo participará de reunião ministerial sobre a Ucrânia

O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, analisa, nesta terça-feira (24), com seus pares da Alemanha, França e Ucrânia medidas para reforçar a implementação dos acordos de Minsk, apoiados pelos líderes dos quatro países.

Serguei Lavrov

O encontro no chamado formato de Normandia será em Paris, segundo confirmaram fontes diplomáticas, e realiza-se uma semana após acordadas medidas (Minsk-2) dirigidas a reduzir a tensão do conflito ucraniano.

Fontes da delegação russa comentaram que Lavrov viajará rumo à capital francesa depois de participar em Nova York dos debates da ONU sobre a manutenção da paz e da segurança no mundo.

O chanceler ucraniano, Pavel Klimkin, por sua vez, confirmou à imprensa que proporá na reunião do quarteto em Paris o tema sobre o envio a Donbass de uma suposta missão de paz, com um contingente de pacificadores estrangeiros.

A questão já tinha sido anunciada pelo diretor do departamento de política e comunicação da chancelaria ucraniana, Alexei Makeiev, em Kiev.

Segundo Klimkin, será um ponto independente que apresentaremos na agenda, como "elemento adicional de garantia à estabilidade", argumentou o diplomata.

Há poucos dias, as autoridades de Kiev anunciaram que apresentariam a proposta ao Conselho de Segurança sobre a pertinência de mobilizar um contingente de capacetes azuis da União Europeia e da ONU para o território de Donbass pensando em garantir um cessar-fogo duradouro.

O próprio presidente Petro Porochenko disse que analisariam vários formatos, mas que em sua opinião, a localização de uma missão policial europeia era "a melhor variante".

No entanto, a trégua, ponto central dos acordos, abre caminho com muitas dificuldades, devido à insubordinação de elementos armados da Guarda Nacional e do ultranacionalista Setor Direito ao decreto oficial de cessar-fogo.

Kiev também não levou a cabo no prazo previsto o início da retirada de armamento pesado para a linha de contenção. As milícias de Donbass começaram este fim de semana o processo, sem esperar um gesto recíproco.

Ao mesmo tempo, em entrevista ao diário alemão Bild, o chanceler ucraniano ratificou este fim de semana que a Ucrânia mantinha firme a solicitação ao Ocidente de armamentos modernos "para alcançar a paz".

"Faz falta para a paz e não para a guerra", afirmou Klimkin, em alusão aos pedidos de Kiev inclusive de sistemas letais, em torno do qual os líderes da Alemanha e da França se mostraram cautelosos, devido às intenções dos Estados Unidos.

O vice-chanceler russo Serguei Ryabkov advertiu que um fornecimento de armas por Washington explodirá a situação no sudeste ucraniano e a Rússia não pode ignorar essas ações.

"Seria um golpe forte para os acordos de Minsk e não poderemos ficar à margem de ações provocativas como essas, seremos obrigados a reagir", indicou Ryabkov.

Fonte: Prensa Latina