Crimeia celebra um ano de reunificação com a Rússia

Os habitantes da Crimeia e de Sebastopol celebram, nesta quarta-feira (18), o primeiro aniversário da reunificação com a Federação Russa, considerada uma meta histórica e a concretização de um velho anseio de mais de 20 anos.

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“Para nós, os crimeanos, é uma festa de retorno ao lar, um desejo de muitos anos”, afirmou o presidente do Governo da península, Serguei Aksionov, na mensagem de congratulação.

O dirigente eleito disse que a Rússia defendeu o direito legítimo à autodeterminação do povo crimeano e à unificação com a pátria histórica.

Há exatamente um ano, a incorporação da República Autônoma da Crimeia como novo sujeito territorial da Federação foi referendada por um tratado assinado no Kremlin por Aksionov, ministro do Parlamento crimeano, Vladimir Konstantinov; o prefeito popular de Sebastopol, Alexéi Chali, e o presidente russo, Vladimir Putin.

Na véspera da data, Putin reconheceu em uma entrevista, para o documentário "Crimeia o caminho à Pátria", estreado no canal federal Rossia 1, a necessidade de resolver as tarefas de primeira ordem que são necessárias para uma plena integração da Crimeia à Rússia.

"O primeiro é solucionar as questões relacionadas com o desenvolvimento socioeconômico e, em particular, aquelas tarefas de caráter estrutural", sustentou o líder russo.

Para Aksionov, “os acontecimentos da primavera de 2014, depois de um golpe de Estado na Ucrânia, insuflaram um potente entusiasmo patriótico e espiritual neste grande país (a Federação), que levou à consolidação das forças mais progressistas da sociedade russa”.

A reunificação ou a volta da Crimeia é comemorada nesta quarta-feira em toda a Rússia, desde Kaliningrado no oeste a Vladivostok no leste. Os atos do feriado começaram na península com desfiles de apoio popular e concertos em massa.

No documentário, que será exibido pela agência Rossiya Segodnya Putin sublinhou que seu país atuou em defesa dos interesses dos russos na Crimeia.

Ele disse que ainda que as sanções sejam negativas devem ser impostas precisamente contra os que realizaram o golpe de Estado na Ucrânia e aqueles que o respaldaram.

Putin descartou a possibilidade de trocar essas pessoas e seu destino por dinheiro, contratos ou transferências bancárias, em alusão às sanções aplicadas unilateralmente contra seu país pelos Estados Unidos e pela União Europa, supostamente associadas com a adesão da Crimeia.

“Se tivéssemos atuado assim, com essa lógica, perderíamos todo o país”, enfatizou o presidente, ao esclarecer que isso não significa que Moscou não respeite o direito internacional e os interesses dos sócios, mas exige que devem da mesma forma respeitar os interesses da Rússia.

O ministro de Defesa, Serguei Choigu, afirmou no documentário que depois da derrubada violenta do presidente Víktor Ianukóvitch em Kiev se originou uma ameaça real de provocação militar contra a Crimeia, similar aos trágicos acontecimentos da Ossétia do Sul, em 2008, com a agressão da Geórgia e a intervenção russa para evitar um massacre da população local.

Fonte: Prensa Latina