Jô Moraes critica tentativa de redução da maioridade penal 

“Trinta mil jovens na faixa etária entre 15 a 29 anos foram assassinados no Brasil em 2012. Destes, 77% eram negros”, disse ao destacar que a questão do assassinato de jovens no Brasil é tão alarmante que foi assunto de reunião de membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) na semana passada.

“Lamentavelmente, a Casa começa a tratar de um tema desta complexidade por um foco equivocado, como se a redução da maioridade penal fosse o problema central da segurança pública”. Para ela, é querer tratar um câncer com analgésico, comparou, em referência a discussão do tema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Jô Moraes defendeu um olhar mais atento à questão para responder aos problemas que levam à situação vivida. “Nós precisamos de mais escolas, mais trabalho e menos cadeia”, disse a parlamentar, para quem a solução para o fim da violência não está na punição aos jovens e crianças.

“Não é jogando meninos e meninas em celas superlotadas que a criminalidade, o tráfico de drogas, de armas, os assaltos e os homicídios serão reduzidos”, assegura, convidando os parlamentares a visitarem os morros e favelas, os aglomerados que circundam as cidades e os bairros, “para conhecer a realidade das comunidades carentes de nosso País, para ver a enorme penúria deste outro lado, para saber quantos estão alijados do mínimo que muitos têm sobrando.”

Para a parlamentar, “nesta retórica de reduzir a maioridade para resolver falta de escola, de cursos profissionalizantes, de valores éticos e morais, de cuidados familiares, comunitários, sociais, não vai demorar muito e estaremos analisando e votando aqui a instituição de presídios-creches”, concluiu.

Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier