Balança comercial apresenta saldo positivo de US$ 458 milhões em março

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 458 milhões em março, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Balança comercial fecha fevereiro com déficit

Segundo o ministério, o desempenho é resultado de exportações de US$ 16,979 bilhões e importações de US$ 16,521 bilhões.

Este foi o primeiro superavit do ano. No período, a corrente de comércio foi de US$ 33,5 bilhões, valor 17,7% menor que o verificado no mesmo período do ano passado.

No mês, a média diária das exportações chegou a US$ 771,8 milhões, 16,8% menor que a verificada no mesmo período do ano passado. Já na comparação com fevereiro de 2015, houve crescimento de 14,9%.

No mês, os embarques de produtos básicos somaram US$ 7,525 bilhões, os de manufaturados US$ 6,533 bilhões e semimanufaturados US$ 2,461 bilhões.

As exportações de semimanufaturados cresceram 8,8% no mês em comparação com março de 2014. O desempenho deste grupo foi puxado principalmente por catodos de cobre (253%), ferro fundido (60,6%), açúcar em bruto (27,6%), celulose (12,8%), ferro-ligas (7,9%), semimanufaturados de ferro/aço (7,5%) e ouro em forma semimanufaturada (4,1%).

No mês, houve queda ainda nas vendas de: soja em grão (-39,3%), petróleo em bruto (-24,8%), carne bovina (-23,7%), carne de frango (-17,7%) e milho em grão (-6,4%). Por outro lado, cresceram as exportações de fumo em folhas (68,3%), farelo de soja (29,8%), minério de cobre (20,5%) e café em grão (9,7%).

No grupo de produtos manufaturados, que apresentou retração de 6,1%, os resultados mais destacados foram: aviões (-27%), açúcar refinado (-25,6%), pneumáticos (-22,3%), autopeças (-16,9%).

Por outro lado, cresceram as vendas de laminados planos (138,3%), suco de laranja congelado (131,2%), tubos de ferro fundido (57,4%), óxidos e hidróxidos de alumínio (41,1%) e automóveis de passageiros (5,9%).

Pelo lado das importações, a média diária foi de US$ 751 milhões, o que representa uma queda de 18,5% na comparação com março de 2014 e de 9,5% sobre fevereiro deste ano.

Decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-28,0%), matérias-primas e intermediários (-18,8%), bens de capital (-16,3%) e bens de consumo (-13,7%).

Entre os bens de consumo, foram observadas quedas nos desembarques de automóveis de passageiros e partes, máquinas e aparelhos de uso doméstico, partes e peças para bens de consumo duráveis, bebidas e tabaco, objetos de adorno, produtos farmacêuticos, produtos alimentícios e produtos de toucador.

Já nos bens de capital, houve redução nos seguintes itens: acessórios de maquinaria industrial, máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico, equipamento móvel de transporte e maquinaria industrial.

Entre as matérias-primas e intermediários decresceram as aquisições de matérias-primas para agricultura, produtos alimentícios, acessórios de equipamento de transporte, partes e peças de produtos intermediários, produtos minerais, produtos químicos e farmacêuticos e produtos agropecuários não alimentícios.

Trimestre

No primeiro trimestre do ano, as exportações somaram US$ 42,775 bilhões, desempenho 13,7% menor que o verificado nos primeiros três meses de 2014.

As importações somaram US$ 48,332 bilhões, valor 13,2% menor que o observado no período registrado no ano anterior. A corrente de comércio alcançou cifra de US$ 91,107 bilhões, representando queda de 13,4% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 105,254 bilhões, pela média diária.

O saldo comercial acumulou déficit de US$ 5,557 bilhões, inferior ao alcançado em igual período de 2014, de US$ 6,078 bilhões.

Recuperação da balança comercial em março era esperada, diz diretor

O diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse nesta quarta-feira (1°) que o superávit da balança comercial em março era um movimento sazonal esperado pelo governo, em função do início dos embarques da safra.

De acordo com ele, os embarques de soja se intensificaram nas duas últimas semanas do mês passado e contribuíram para o superávit de US$ 458 milhões.

Como outras commodities (produtos básicos com cotação internacional), a soja passa por fenômeno de queda de preços. Segundo dados do ministério, houve recuo de 21,2% nos preços do produto no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014.

Além disso, a quantidade vendida caiu 27,7% no mesmo período. Brandão sustenta, no entanto, que a queda no volume vendido ocorre porque a base de comparação é elevada, já que o ano passado foi recorde para a soja. Segundo ele, os embarques do grão devem crescer nos próximos meses.

O dólar em alta também é um fator favorável, embora Brandão destaque que as quantidades exportadas e importadas demoram a reagir às variações do câmbio.

Para o diretor, ainda não se pode atribuir o recuo do volume de importações ao dólar mais alto. “Não é imediato esse efeito. As importações de bens de capital e matérias-primas estão caindo há algum tempo e também houve queda nos combustíveis”, disse.

O ministério espera que a balança comercial feche o ano com superávit, mas não projeta números. Segundo estimativa divulgada pelo Banco Central na última semana, o fechamento será positivo em US$ 4 bilhões.

Fonte: Portal Brasil