Câmara vota destaques do PL 4330 e centrais intensificam atos

Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22), trabalhadores de diversas categorias promoveram atos, manifestações e protestos contra o Projeto de Lei 4330, que terá os seus destaques votados pela Câmara dos Deputados.

Adilson Araújo e Vagner Freitas contra terceirização

Na semana passada, centenas de milhares de trabalhadores tomaram as ruas no Dia Nacional de Paralisação Contra o PL 4330, realizado em 15 de abril em 23 estados. A pressão surtiu efeito e os deputados retiraram do texto a terceirização das empresas públicas e de economia mista e deixaram a votação dos destaques para esta quarta (22).

De acordo co as centrais, o principal item da votação é o que retira do texto do projeto a possibilidade de terceirizar qualquer atividade e restringe apenas para a atividade-meio como segurança, limpeza e alimentação, mantendo o que a legislação atual determina; e outra que estabelece a solidariedade da empresa contratante do serviço terceirizado com o trabalhador obrigando-a a responder, caso os direitos dos trabalhadores sejam sonegados.

Nos atos desta quarta (22) as centrais organizaram protestos nos aeroportos de diversas capitais. A estratégia era pressionar parlamentares que embarcavam para Brasília.

No Distrito Federal, trabalhadores ocuparam o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, mas no setor de desembarque. Manifestantes diziam: “Não à retirada de direitos! Não à precarização!”, enquanto entregavam panfletos aos passageiros que chegavam a Brasília.

Em Pernambuco houve panfletagem contra o PL 4.330 na Estação Central do Metrô e no Aeroporto, no Recife. A manifestação começou por volta das 5 horas e continuou durante todo o dia.

Em Porto Alegre, lideranças sindicais da CTB tomaram o saguão de embarque do Aeroporto Salgado Filho. Entre os deputados que passaram pelo setor de embarque estavam alguns que se posicionaram contra o projeto, como João Derly (PCdoB), Heitor Schuch (PSB) e Maria do Rosário (PT). Outros como Renato Molling (PP), Onyx Lorenzoni (DEM) e Luiz Carlos Busato (PTB), que votaram contra os trabalhadores, ouviram o rechaço popular ao projeto.

“Buscamos abordar os deputados para reforçar nossas ideias. Está se demonstrando acertada a decisão de realizar essas manifestações por todo o país, já que vários deputados e bancadas nacionais estão revendo seus posicionamentos. Quanto mais debate público e envolvimento da sociedade, principalmente, trabalhadores nesse processo, mais força teremos, contra este que é um dos maiores retrocessos desde que a CLT foi promulgada, em 1943”, defendeu o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor.

A manifestação em Sergipe ocorreu no Aeroporto de Santa Maria e em passeata o o grupo foi em direção ao bairro São José, onde protestaram na porta de uma empresa terceirizada, que pertence a um dos deputados.

A CTB São Paulo promoveu panfletagem com o jornal especial sobre o projeto de terceirização em estações do metrô da capital. “A população precisa ficar a par dos perigos que corremos com a aprovação desse projeto, que precariza as condições de trabalho e retira direitos dos trabalhadores terceirizados. Não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou Onofre Gonçalves, presidente da CTB-SP.

Do Portal Vermelho, com informações da CTB e CUT