Grupo de Trabalho discute casos de violência sexual em Cavalcante
A deputada Isaura Lemos, presidenta do PCdoB Goiás, recebeu, nesta quinta-feira, 23, em seu gabinete, um Grupo de Trabalho composto por representantes da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), da Secretaria de Direitos Humanos e da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres da Presidência da República.
Publicado 28/04/2015 15:06 | Editado 04/03/2020 16:43

A deputada Adriana Accorsi (PT) também participou da reunião. O ouvidor nacional da Igualdade Racial, Carlos Alberto Silva, que é do PCdoB, e representantes da Associação do Quilombo Kalunga de Cavalcante estavam presentes.
Eles conversaram sobre os casos de ocorrência de trabalho infantil e exploração sexual contra crianças e jovens em Cavalcante, cidade a 510 quilômetros de Goiânia e localizada na Chapada dos Veadeiros. Os relatos dos abusos, que estão sendo investigados pela Polícia Civil, foram transmitidos à Seppir pelo presidente da Associação do Quilombo Kalunga de Cavalcante (GO), Vilmar Souza Costa. O assunto veio à tona no início deste mês e a polícia local apura o possível envolvimento de vereadores e ex-vereadores do município em casos de assédio sexual cometidos contra crianças e adolescentes negras.
Assim que soube das denúncias, publicadas em reportagem no jornal O Popular, no último dia 4, a deputada Isaura Lemos reivindicou, via requerimento, a criação de um Grupo de Trabalho por parte do governo federal para tomar as medidas necessárias ao caso. O governo federal tomou conhecimento desses casos e criou o Grupo de Trabalho para intervir no problema.
Os representantes do grupo estiveram na cidade de Cavalcante na sexta-feira, 24, e no sábado, 25, para visitar a comunidade quilombola. Eles também estiveram, na quinta, 23, com o secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, e com autoridades do Poder Judiciário goiano para discutir o andamento das investigações e avaliar o que pode ser feito de imediato para diminuir os riscos das adolescentes kalungas que vivem em casas de família na cidade.
O presidente da Associação pediu a instalação de escolas da comunidade que reúne cerca de 7 mil pessoas. Devido à inexistência de escolas no interior da comunidade, distante 140 quilômetros da sede do município, crianças e adolescentes são obrigadas a viver em casas de família onde supostamente ocorrem os abusos. Elas trabalhariam em troca de alimento e estariam em situação vulnerável por viverem longe dos pais.
De acordo com o Conselho Tutelar de Cavalcante, denúncias contra membros da comunidade kalunga são frequentes. O Conselho Tutelar registra, em média, cinco denúncias de abuso sexual infantil por mês.