Ação de guerra da PM garante "roubo" dos direitos do funcionalismo

 Bombas jogadas  de helicópetro contra professores, estudantes e funcionários públicos. Balas de borracha atiradas à queima-roupa e cães mordendo manifestantes, jornalistas e deputados. Assim foi a ação da PM que impediu a presença de manifestantes na sessão da Assembléia Legislativa do Paraná. Mais de 250 pessoas hospitalizadas. É a democracia à moda dos tucanos.



 Na tarde de hoje (29) mais uma vez os professores, funcionários públicos e estudantes foram vítimas da ação truculenta do governo tucano. Mais de 10 mil pessoas aguardavam em frente a Assembléia Legislativa (AL) a votação que acaba com a aposentadoria do funcionalismo público. Os manifestantes foram vítimas de todos os tipos de intimidação. Milhares de policiais militares cercaram a AL. Quando a sessão começou a PM avançou. Cães, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha sendo jogada contra 10 mil pessoas. Numa cena literalmente de guerra a ação truculenta utilizou helicóptero, que do alto jogava bombas de gás lacrimogênio. A confusão foi geral. Numa covardia sem precedentes, a polícia organizou numa verdadeira “caça”. Muitos correram para se proteger no pátio do Tribunal de Justiça (TJ) e na Prefeitura de Curitiba. De nada adiantou. Corpos feridos eram vistos nas escadarias da prefeitura e no patio do TJ. Ambulâncias eram impedidas pela polícia de socorrer as vítimas. Enquanto isso, dentro da Assembléia Legislativa, o presidente da Casa, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), manteve a sessão normalmente.  Devido a gravidade da situação, os deputados da oposição estavam desesperados pedindo para que a sessão fosse suspensa: “a infomação que nós temos é que existem mais de 250 pessoas necessitando de atendimento médico. As ambulâncias não estão conseguindo passar porque a PM não deixa. Pior, as ambulâncias também estão sendo vítimas de ataque das bombas vindas do helicóptero”, argumentava o deputado estadual Tadeu Veneri (PT). “ Pelo amor de Deus, o que é que vocês estão fazendo? Vocês não tem consciência? O Beto Richa está entregando a alma para aprovar este projeto”. Enquanto os deputados debatiam a questão, dava para ouvir o barulho das bombas que estavam sendo jogadas contra os manifestantes. ”São mais de 500 bombas presidente (Traiano). Isso é um absurdo. É uma vergonha. A sessão precisa ser suspensa”, argumentou o deputado Rasca Rodrigues (PV). “As bombas não estão sendo jogadas aqui dentro. A Assembléia não está sendo invadida, portanto, vamos continuar”, respondeu o tucano Traiano.

A confusão continuou, os deputados da oposição queriam o adiamento da sessão para tentar acalmar a situação. “Presidente (Ademar Traino)…. vamos suspender. Vamos lá pra fora (pátio da Assembléia) para tranquilizar as coisas”, apelou Veneri. Mas de nada adiantou os apelos. No meio da sessão o deputado Rasca Rodrigues apareceu sangrando. Havia sido mordido por um cão da polícia na porta da Assembléia. A revolta dos deputados da oposição foi geral. “ Este é o maior estupro á democracia que o Paraná já viu. Se um professor morrer, a responsabilidade é do governador Beto Richa. É ele que comanda as polícias. Ele é o responsável”, afirmou Requião Filho (PMDB). A bancada governista acabou sofrendo baixas. O deputado Chico Brasileiro (PSD), da bancada governista, acusou o governo tucano de retirar usar os policiais que fazem a vigilância das fronteiras para garantir a aprovação do projeto. “ Quero denunciar aqui que o governo do Estado (mostrando fotos de carros do Pelotão da Fronteira) retirou estes policiais da fronteira para vir aqui reprimir os professores. Estamos sem polícia na fronteira… as drogas e o contrabando estão entrando livremente porque a polícia está aqui e não lá”, denunciou. O parlamentar não foi contestado pelos seus pares.