Cultura: Programação diversificada na segunda edição da Maloca Dragão

De 30 de abril a 3 de maio, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura celebra 16 anos de história com a segunda edição da Maloca Dragão – O encontro de todas das tribos, evento que, no ano passado, reuniu mais de 130 mil pessoas. Nesta edição, a arte cearense vai pulsar num só ritmo, unindo o que há de mais atual em sua produção a obras-primas consagradas pelo afeto e pela memória do povo do Ceará.

Além das mais de cem atrações artísticas gratuitas convidadas, a Maloca traz ainda novidades, como uma feira literária, a Feira Índice, novos espaços para apresentações, praça de alimentação com food trucks, uma vasta programação infantil, festas nas casas de show do entorno do Dragão, a 2ª Semana de Cinema Brasileiro e a presença de produtores nacionais para conhecer este grande painel da arte cearense que a Maloca apresenta. Outra novidade é que, neste ano, não será preciso retirar ingresso para nenhuma das atrações, mas a entrada ficará sujeita à lotação dos espaços.

Entre os lançamentos que movimentarão a cena musical, estão o quarto disco do Cidadão Instigado, “Fortaleza”; e o novo disco do Lirinha, ex-Cordel do Fogo Encantado, com participação da cantora Céu. As bandas Jack the Joker e Astronauta Marinho também lançam os novos álbuns “In the rabbit hole” e “Menino Sereia”, respectivamente, na Maloca. Fazem pré-lançamento de novos discos as bandasSelvagens à Procura de Lei, Coldness e Verónica Decide Morrer, cujos novos trabalhos devem ser apresentados ainda este ano. Um dos grupos mais representativos do metal cearense, a Obskure lança DVD de 25 anos de carreira. Já tradicional nos festivais de rock do Estado, a Rocca Vegas faz lançamento de single, assim como os cantores cearenses Soledad e Oscar.

No teatro, o Coletivo Artístico As Travestidas estreia novo espetáculo, “Quem tem medo de travesti”; e o No Barraco da Constância Tem chega com “Nada como quando começou”. “O público vai poder se apropriar dos mais novos lançamentos artísticos da cidade, além de relembrar obras-primas da canção cearense, com o Projeto Releituras – Clássicos Cearenses”, afirma Paulo Linhares, presidente do Instituto Dragão do Mar.

O Projeto Releituras – Clássicos Cearenses traz novas interpretações de quatro dos discos mais emblemáticos da música do Ceará. Cada noite de Maloca, no Anfiteatro do Dragão, apresenta um show-homenagem a um dos álbuns. São eles: “Manera Frufru, Manera”, de Fagner, com interpretação de Marcos Lessa; “Chão Sagrado”, de Rodger Rogério e Teti, com interpretação de Paulo Belim e Ilya Borges; “Flor da Paisagem”, de Amelinha, com Natasha Faria; e “Alucinação”, de Belchior, com Gero Camilo.

Outra novidade que a Maloca Dragão 2015 traz este ano é a Mostra “Para quê Videodança?”, que busca dar um panorama da produção cearense de videodança e, por meio de parceria com o Festival Dança em Foco, da produção nacional e internacional feita nos últimos anos.

Também marcam presença na Maloca Dragão os mais recentes projetos que passaram pelo Laboratório de Criação em Música e Pesquisa Teatral, da Escola Porto Iracema das Artes, braço de formação do Dragão do Mar. Felipe de Paula, Caio Castelo, Marta Aurélia e os já citados Astronauta Marinho e Soledad fazem os shows que são resultado final de cincos meses de tutoria com grande nomes da produção musical brasileira. Já os grupos Bagaceira de Teatro, No Barraco da Constância Tem, Teatro de Caretas, Ninho de Teatro e Bricoleiros apresentam espetáculos tanto que foram projetos do Porto quanto trabalhos novos.

Atrações fora dos palcos

Além dos shows e espetáculos, a Maloca Dragão 2015 promove a Feira Índice, um espaço para disseminação literária coletiva em Fortaleza, com ênfase no mercado alternativo. Serão 15 expositores entre editoras e selos independentes, pequenas livrarias e coletivos, trazendo na bagagem livros, fanzines e publicações diversas, que ficarão expostas durante todo o evento, das 15h às 20h, na Arena Dragão do Mar. “A Feira Índice vai ser um momento importante de disseminação literária na cidade, em que se vai discutir sobre mercado editorial alternativo e a aposta no papel”, conta Urik Paiva, idealizador e curador da Feira. A Feira Índice também promove um sarau aberto na quinta-feira (30/abr), das 16h às 18h, com autores diversos; e ainda no domingo (3/mai), às 17h, no Espaço Patativa do Assaré, um sarau especial com o artista Lirinha.

Substituindo a tenda eletrônica do ano passado, Órbita Bar, Mambembe e Amicis recebem as festas que encerram a programação dos três primeiros dias do evento. A cada noite, uma das casas abre as portas para o público em “after parties” gratuitas da Maloca Dragão. O line up também é fruto da parceria.

Outra novidade desta edição é a praça de alimentação com food trucks, na Praça Almirante Saldanha.

Produtores nacionais

A convite do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, produtores nacionais estarão presentes durante os quatro dias de Maloca, desbravando esse verdadeiro painel da arte produzida no Estado. “Vamos aproveitar esse momento, para que alguns dos grandes nomes que estão produzindo a arte e a cultura nacionais conheçam o que é feito hoje no Ceará”, explica o diretor de Ação Cultural do Dragão, João Wilson Damasceno.

Segundo o diretor, a ideia é fazer com que a arte cearense circule mais País afora e que os próprios grupos artísticos possam se apropriar dos caminhos para ir além do território de origem. Vão comparecer à Maloca os seguintes produtores: Debora Aquino (Funarte), Kuru Lima (Cria Cultura), Gutie (Recbeat), Rodrigo Araujo (Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo) e Roberta Martineli (TV CULTURA).

A arte cearense com toda a sua força

A Maloca 2015 celebra os 16 anos do Dragão do Mar, lugar privilegiado de circulação e produção artística do Ceará e, via Escola Porto Iracema das Artes, agência de desenvolvimento criativo. O estado vive um momento de absoluta efervescência no campo da arte e da cultura, a exemplo da grande leva de expoentes que têm despontado no cenário nacional, nas mais diversas linguagens. Por isso, esta edição vem exaltar a força da arte cearense. A Maloca Dragão atua como uma vitrine das mais expressivas manifestações artísticas que vêm surgindo no último ano, alguns dos talentos revelados na própria Escola.

O nome do festival é inspirado na palavra tupi mar’oka, a casa coletiva dos índios, uma cabana comunitária, conceito que traduz este lugar público e democrático, espaço de encontro de diferentes tribos, marca da pluralidade. Serão quatro dias de festa, com a apresentação de mais de 100 atrações, de diferentes estilos, entre convidados locais e nacionais de linguagens artísticas diversas.

A Maloca, assim como um rito indígena, proporciona uma nova ambiência, uma celebração que rompe a rotina e cede espaço para um outro tempo, o extraordinário. Marca uma passagem, esse momento de apresentação pública, no qual os artistas consagrados são estabelecidos em lugar de honra e os neófitos são submetidos à aprovação coletiva e legitimação no campo das artes. É um jogo de prestígio social. Moderno e tradicional se encontram, num processo permanente de reinvenção. Trata também de uma celebração das diferenças, de troca e cooperação. Povos de diferentes tribos se reúnem para comungar o amor pela arte e evocar a riqueza da produção artística cearense, em particular, mostrando ainda suas conexões e influências.

Em sua segunda edição, a Maloca faz referência aos povos indígenas que habitavam o Ceará, parte fundamental na construção da nossa cultura relegada ao ostracismo. Algumas dessas tribos são homenageadas e dão nome a cada um dos espaços que sediam a programação. Neste período, o Anfiteatro será chamado de Tabajara; a Praça Verde de Tremembé; o Espaço Rogaciano Leite Filho de Kariri; a Praça Almirante Saldanha de Anacé; a Arena Dragão do Mar de Pitaguary; o Teatro de Jenipapo-Kanindé. Além disso, outros três novos espaços trazem atrações: a quadra poliesportiva será o Espaço Tabepa; o Cena 15 será o Kalabaça e um palco montado na Rua José Avelino será o Kanindé.

Serviço

Maloca Dragão 2015 – O encontro de todas as tribos

Quando: de 30 de abril a 3 de maio
Horário: a partir das 15h
Programação gratuita, com exceção das sessões de cinema.

Programação

Fonte: Assessoria da Secult