Publicado 05/05/2015 18:14 | Editado 04/03/2020 17:09
Em abril desse ano, um grupo de parlamentares, professores e alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) criou na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a Frente Parlamentar em defesa da Uergs. Na ocasião, a intenção dos seus idealizadores era defender a instituição de uma anunciada onda privatizadora que se ventilava nos corredores do Palácio Piratini.
A coluna da jornalista Rosane Oliveira, publicado no jornal Zero Hora dessa terça-feira, parece materializar a intenção do governo gaúcho em relação à universidade. Respeitando a opinião da colunista, cabe como um dos idealizadores da Frente Parlamentar questionar tal posicionamento.
A anunciada e repetidamente chorada crise econômica das finanças públicas do Estado não pode ser resolvida atacando um dos pilares do desenvolvimento de qualquer nação: a educação. Desprezar os feitos da Uergs, que tem apenas 11 anos, é desmerecer o esforço de professores, servidores e alunos que atuam nas 24 unidades da instituição. Uma prova da vitalidade e força da universidade se traduz em números.
A Uergs obteve, em 2014, pelo terceiro ano seguido, conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador que mede a qualidade dos cursos no país em uma escala de 1 a 5. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e colocam a instituição na frente de universidades conceituadas com a UFRGS, UFSM e UFPEL.
Com 4 mil alunos, a Uergs precisa de ainda mais apoio para conquistar o espaço merecido na sociedade gaúcha. Como é de conhecimento público são as universidades públicas e gratuitas que produzem a maioria da pesquisa e formam os melhores profissionais do país. Exemplos de outros Estados, como a USP e a UERJ, retratam que o investimento em uma instituição pública faz sentido e não deve ser desprezado por qualquer governo.
A solução simples de propor o fechamento da instituição em troca de compra de vagas em instituições privadas é questionável. Tratamos aqui de educação, que não pode ser vista simplesmente como mercadoria. Uma área tão sensível e importante para o desenvolvimento não pode ficar sob a responsabilidade única do setor privado.
Por estar presentes em regiões com ausência de instituições de Ensino Superior, a Uergs cumpre muito mais que o papel de formar cidadãos. Ela colabora com o desenvolvimento regional e, se tiver mais investimento, pode ser ferramenta importante no reposicionamento econômico do Rio Grande do Sul.