PM do Paraná obriga manifestante a ficar nua e “acusa”: comunista!
Uma estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que participava da manifestação dos professores no Paraná na última quarta-feira (29), quando mais de 200 ficaram feridos, foi presa por um policial à paisana. Durante a averiguação, ainda no Palácio Iguaçu, ela foi obrigada a ficar nua e foi agredida por duas policiais.
Publicado 07/05/2015 15:34
A jovem relatou os detalhes da prisão em depoimento ao promotor de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares, na tarde desta quarta-feira (6). Ela contou que, após ser detida, foi trancada com duas policiais militares em uma sala do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. “Ela contou ao Ministério Público que as policiais eram do sexo feminino e a despiram completamente. Em seguida, começaram a empurrar a garota e a insultá-la com palavras como "vagabunda, comunista e petista”, contou o advogado e professor do curso de Direito da UEL, César Bessa.
Junto com a estudante, outros três alunos foram presos, estes foram agredidos já na hora da detenção pelos policiais que estavam sem farda. Segundo o governo, a prisão aconteceu porque o quarteto era composto por "Black Blocs", acusação que a reitora da UEL, Berenice Jordão, negou nesta terça-feira (5).
Segundo César, a estudante foi a mais humilhada do grupo, no entanto, os outros três alunos além de sofrerem agressões foram vítimas de piadas homofóbicas por parte dos policiais. “Isso aconteceu porque ele estava com uma bolsa de uma das mulheres integrantes da comissão da UEL e os policiais o achacaram", disse.
De acordo com o advogado, apesar das agressões físicas, nenhum dos estudantes chegou a realizar exame de corpo de delito para comprovar as lesões. “Mas um deles ainda tem marcas visíveis que foram mostradas ao MP”, disse.
A Promotoria de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina confirmou os depoimentos dos estudantes na tarde desta quarta-feira (6) e explicou que todos os inquéritos devem ser encaminhados a uma comissão formada para investigar os fatos de 29 de abril, em Curitiba.
O promotor Paulo Tavares disse, em entrevista à RPC (sucursal da Globo no Paraná) que os faltos serão analisados e encaminhados à comissão do MP. “O que consta, até agora, é que a ação policial ultrapassou os limites aceitáveis”.
Do Portal Vermelho, com Jornal de Londrina