Deputados se unem aos trabalhadores em defesa da Caixa Econômica

Deputados, empregados e gestoras da Caixa Econômica Federal (CEF) se reuniram, nesta quinta-feira (14) para lançar a Frente Parlamentar em Defesa da instituição. A iniciativa do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que irá presidir a frente, contou com o apoio de outros 223 deputados e dos funcionários e gestores, que veem no parlamento importante espaço para travar a luta pela manutenção da Caixa como uma empresa 100% pública. 

Deputados se unem aos trabalhadores em defesa da Caixa Econômica - Agência Câmara

O deputado Daniel Almeida, que abriu a solenidade de instalação da frente, deu o tom dos discursos que se seguiram. “A motivação inicial de formatação dessa frente parlamentar é a defesa da Caixa 100% pública. Mas não apenas de defendê-la, mas de fortalecê-la nas relações com o povo brasileiro”, explicou o parlamentar.

Ele destacou, a exemplo dos demais oradores, a trajetória da Caixa, uma instituição de 150 anos de existência, criada ainda no Império, e que desenvolve, com igual competência, sua função comercial e social.

O parlamentar anunciou que, logo após a instalação da frente parlamentar, será realizada reunião para montar o calendário de atividades, que inclui a discussão de temas importantes para que a Caixa continue a desenvolver um trabalho que corresponda às expectativas da população brasileira.

Ameaça ao Estado brasileiro

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Augusto Vasconcelos, saudou a iniciativa de Daniel Almeida na luta em defesa da Caixa, que, segundo ele, é também em defesa dos trabalhadores e da sociedade brasileira.

Ele explicou que os ataques sistemáticos da mídia e de setores que representam o capital contra as estatais faz parte da estratégia para inviabilizar as instituições públicas dentro do projeto de esvaziamento do Estado. “E com a Caixa não é diferente, que já sofreu processo de esvaziamento na década de 1990, na época do governo neoliberal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e uma frente parlamentar hoje ganha conotação de defesa do Estado, que deve ser preocupar – para além do lucro – com o fomento do desenvolvimento do país.”

A Frente Parlamentar vai dar seguimento à luta iniciada pelo movimento sindical, no início do ano, quando foi apresentada a proposta de abertura do capital da Caixa Econômica Federal. “A proposta foi muito malvista e produziu uma reação que conseguiu barrar esse processo, mas temos que impedir que esse tema volte à tona e para isso contamos com a ajuda do parlamento por intermédio dessa frente parlamentar”, afirmou Vasconcelos.

Parceria importante

A defesa da Caixa, como empresa 100% pública pela importância que tem no desempenho do papel de banco social, foi destacada nos demais discursos, de parlamentares, como a deputada Érica Kokay (PT-DF), que exercerá o cargo de vice-presidente da frente parlamentar; de gestores, como José Carlos Medaglia, vice-presidente de Governo da CEF; e outros sindicalistas presentes ao evento, como Jair Pedro Ferreira, da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), e Roberto Von Der Osten, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Medalha disse, em sua fala, que a população brasileira conhece a Caixa e por isso, em pesquisa, escolheu a CEF como a instituição bancária mais querida do país. E destacou que a instituição financeira tem as melhores tarifas e menores taxa de juros e consegue obter resultado financeiro positivo tanto quanto social, com a manutenção de programas sociais na área de mobilidade, habitação, saneamento e benefícios trabalhistas como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Jair Pedro Ferreira, da Fenae, destacou a importância para o movimento sindical da parceria com o parlamento em defesa da Caixa. E reafirmou as palavras de Augusto Vasconcelos, alertando que “nós somos contra a corrupção, mas temos que estar alerta para o denuncismo, que quer enfraquecer a empresa para permitir a privatização.”

Roberto Von Der Osten também destacou que “essa é a expectativa do povo brasileiro com relação ao parlamento; é de que engrosse a luta do povo em defesa de seus interesses”, acrescentando que “nos manteremos mobilizados para evitar que o patrimônio público passe para as mãos do controle privado”. E, a exemplo dos demais oradores, enfatizou a importância de manter uma instituição financeira que desenvolve programas e ações sociais, porque o mercado não tem interesse em políticas públicas.