Bancada feminina do Senado manifesta apoio à Jandira

Senadoras do PCdoB, PT, PP, PSB e PMDB divulgaram nota em solidariedade à líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), vítima de agressões verbais e físicas no Congresso na semana passada. O documento foi divulgado na tarde de quinta-feira (14).

As parlamentares disseram se sentir igualmente ofendidas pelos deputados federais Alberto Fraga (DEM-DF) e Roberto Freire (PPS-PE). Freire torceu o braço de Jandira no Plenário. Já Fraga afirmou para Jandira: “quem participa da política e fala como homem deve apanhar como homem”. Conforme a nota da Bancada Feminina do Senado, a atitude isolada merece repúdio. “Isso fez com que o Congresso Nacional se apequenasse frente à sociedade, pois foi esta Casa que construiu e aprovou a Lei Maria da Penha, de proteção à mulher, tendo contado com o apoio de parlamentares homens, conscientes de seu papel histórico na luta em defesa do respeito mútuo e do combate à violência e à opressão de gênero”.

As senadoras destacaram ainda que ocupar as tribunas do Legislativo não é exclusividade masculina, como “lamentavelmente pensam alguns parlamentares”. Segundo o texto, “o poder político é exercido com mérito e altivez pelas mulheres, que ao representarem hoje mais de 51% da população não mais se conformam em ter acesso a apenas 10% do número de cadeiras no Parlamento”.

“Sempre quando há uma discussão mais acalorada no Parlamento brasileiro e qualquer mulher se sobressai ou toma a linha de frente, eles perdem a razão e apelam para o machismo e para a discriminação para se referir às mulheres. Estamos acostumadas com isso. O que Fraga quis dizer chega até a justificar a violência contra a mulher. A pessoa quando perde o equilíbrio acaba falando a verdade, não tem sangue frio para esconder o que verdadeiramente pensa, assim como alguém alcoolizado fala tudo que pensa”, diz a procuradora da mulher do Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A Bancada Feminina do Senado se comprometeu ainda a estar alerta e em solidariedade permanente com todas as mulheres que vivem variadas formas de violência, expostas a atos machistas em todo o país. Elas lembraram que desde 2006 as mulheres são alvo de ataques sistemáticos no Congresso. Um dos casos recentes é da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que foi agredida pelo colega Jair Bolsonaro (PP-RJ), quando discursava em favor da investigação dos crimes da Ditadura Militar.