Bancos concentram 71,85% do mercado de fundos administrados
Os quatro grandes bancos brasileiros de capital aberto – Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e BTG Pactual – concentram 71,85% de todo o volume administrado em fundos de investimentos no Brasil. É bom lembrar que os bancos foram as empresas de capital aberto mais lucrativas da América Latina em 2014, segundo levantamento da Economatica. Das 30 empresas com ações negociadas em bolsa da valores com maior lucro líquido na região, dez são bancos.
Publicado 20/05/2015 18:57

No primeiro trimestre de 2015, essas quatro instituições arrecadaram juntas R$ 2,484 bilhões em receitas com a administração e a gestão do patrimônio de R$ 2 trilhões em recursos de terceiros.
De acordo com os dados dos respectivos balanços publicados relativos ao primeiro trimestre de 2015, a evolução do patrimônio líquido dos clientes nos últimos 12 meses até março último favoreceu o aumento das receitas com taxas de administração mesmo num período de baixa captação líquida (entrada de novos recursos).
Dados da Confraf apontam que na liderança desse ranking está o público Banco do Brasil, seu patrimônio líquido administrado cresceu 15% para o montante de R$ 594,84 bilhões, enquanto as receitas avançaram 15,2% e atingiram R$ 1,081 bilhão no trimestre. Em seguida está privado Bradesco, que apresentou evolução de 12,1% no patrimônio administrado para R$ 492,4 bilhões, enquanto as receitas avançaram 11,2% e alcançaram R$ 625 milhões nos primeiros três meses do ano.
Na terceira posição em arrecadação com tarifas sobre os fundos, o Itaú teve um crescimento de 10,9% em patrimônio líquido para o montante de R$ 695 bilhões, mas as receitas recolhidas dos clientes ficaram praticamente estáveis em relação a igual período do ano passado, em R$ 508 milhões no primeiro trimestre de 2015.
Ao se considerar o período de 12 meses até março (relativo aos balanços publicados dos bancos), as carteiras de DI haviam apresentado uma valorização média de 11,4%, e as de renda fixa, de 12%. Em outras palavras, a evolução do patrimônio líquido dos fundos nos 3 principais bancos de varejo de capital aberto – Banco do Brasil, Bradesco e Itaú – está mais relacionada a preferência do investidor brasileiro por aplicações conservadoras.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) relativos ao fechamento de março mostravam que o Banco do Brasil possuía R$ 540 bilhões em ativos de renda fixa (91% de seu total administrado. Na sequência, o Itaú registrava R$ 411,8 bilhões em ativos de renda fixa somados com mais R$ 62,9 bilhões da Intrag nesses papéis, ou seja 68,3% do total administrado.
Já o Bradesco registrava R$ 327,5 bilhões em ativos de renda fixa, mais o volume de R$ 125,3 bilhões na gestora Bem, que somados representam R$ 452,8 bilhões, ou 92% do total de recursos administrados.
Esse perfil conservador explica o avanço do patrimônio líquido em 12 meses até março, e retorno melhor em receitas do Banco do Brasil e do Bradesco. Essas duas instituições preferiram aplicar mais de 90% dos recursos de seus clientes em papéis de renda fixa como: títulos públicos federais, operações compromissadas lastreadas em títulos públicos, certificados de depósitobancário (CDBs), letras financeiras, e em menor grau em títulos privados de renda fixa como debêntures.
Fonte: Contraf