Bipartidarismo na Espanha está próximo do fim

A redefinição do mapa político espanhol depende agora de pactos e alianças, após as eleições locais, caracterizadas pela dispersão do voto, do declínio dos partidos tradicionais e do avanço das forças emergentes.

Manifestação do Podemos na Espanha

Como em boa parte dos municípios e regiões nenhum partido venceu com a maioria absoluta para formar o governo, o resultado das urnas deve ser contornado com acordos para estabelecer autoridades locais mais ou menos estáveis.

Um dos espetaculares resultados da última votação foi o retrocesso do Partido Popular (PP), governista, que perdeu cerca de 2,5 milhões de votos em relação às eleições de 2011 e o aumento impetuoso da esquerda em grandes cidades como Madri e Barcelona.

O bipartidarismo entre o PP e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) registrou uma deterioração acentuada e atingiu cerca de 50 por cento dos votos, bem abaixo dos 65,3 por cento alcançados há quatro anos.

Os resultados das eleições locais têm um significado adicional que é o possível reflexo em relação as eleições gerais previstas para o final deste ano, em data ainda a ser especificada.

Agora, tanto o PP quanto o PSOE, ao contrário do que acontecia tradicionalmente, precisam do apoio de outras forças para governar. Outro elemento novo é a emergência de coligações de movimentos sociais e partidos de esquerda que até podem governar Madri e Barcelona, dependendo das alianças que façam nos próximos dias.

As eleições também consolidaram a entrada de dois partidos emergentes no cenário político, embora com diferentes ideologias, ajudando a fazer o que para muitos pode ser o fim do bipartidarismo.

Com um programa mais próximo à esquerda, o Podemos, com um pouco mais de um ano de criação, provou ser uma força a ser considerada para a próxima eleição geral.

Por outro lado, com um posicionamento mais central, o Ciudadanos também está classificado entre os grandes nomes da política espanhola. O partido tornou-se o terceiro em número de municípios com mais de um milhão de votos para suas candidaturas.

Além dos acordos que podem ser alcançados para formar governos em municípios e regiões autônomas, as eleições deste 24 de maio marcaram o fim de maiorias absolutas na Espanha.

Fonte: Prensa Latina