Depósito na conta da mulher de Vaccari veio de salários

O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato, afirma que os R$ 583 mil que foram depositados em dinheiro na conta da sua mulher, Giselda Rousie de Lima, entre 2008 e 2014, tiveram origem em seus vencimentos e estão declarados no Imposto de Renda.

Vaccari - Agência Brasil

O valor – que daria R$ 6,9 mil por mês – seria, segundo ele, compatível com a renda bruta de R$ 3,4 milhões que teve no período. As informações foram prestadas ao juiz Sergio Moro pelo advogado de Vaccari, Luiz D´Urso, em pedido de reconsideração da prisão preventiva.

“Em razão da própria atividade profissional do requerente, que inclusive sempre demandou inúmeras viagens pelo país, é Giselda, sua esposa, quem administra as finanças domésticas e, para tanto, o requerente lhe repassava os valores necessários, não tendo o requerente grande movimentação bancária, face a entrega de seu dinheiro para que a mulher o gerisse, depositando-o em sua conta”, justificou.

As documentações apresentadas por Vaccari é mais um elemento de um processo cheio de contradições. Em abril, Moro teve de conceder liberdade à cunhada de Vaccari, Marice Corrêa de Lima, presa provisoriamente, por não ter mais a certeza que a "prova" que justificou a prisão tinha fundamento. Segundo Moro, Marice era quem aparecia em imagens de câmeras de segurança fornecidas pelo Banco Itaú, em São Paulo, fazendo depósito em um caixa eletrônico.

No entanto, após a divulgação do vídeo, a defesa de Marice informou que a pessoa filmada realizando os depósitos é Giselda. A defesa disse que, apesar das irmãs serem muito parecidas por causa do corte de cabelo, a diferença é visível, quando comparada com fotos das respectivas mulheres.