Globo entrega troféu a ela mesma e ainda comemora 

Pois bem, o sistema Globo, em diversas reportagens de seus veículos, inclusive o Jornal Nacional, vem destacando o prêmio que a emissora recebeu neste domingo (24) em Portugal. A edição de O Globo desta terça-feira (26) ainda repercute a premiação: “Rede Globo é homenageada com prêmio da TV portuguesa”. O jornal destaca que a Rede Globo recebeu, das mãos do presidente da TV Sociedade Independente de Comunicação (SIC), Francisco Pinto Balsemão, o troféu de Mérito e Excelência “Globo de Ouro”. E quem é a TV SIC? É uma emissora privada de Portugal fundada em 1992 por Balsemão e (adivinhem) Roberto Marinho. A família Marinho é uma das proprietárias da TV SIC tendo diretamente (ou melhor dizendo, abertamente), 15% das ações da emissora portuguesa, o máximo que a legislação local permite. Foi a Rede Globo que deu toda a consultoria para a montagem e os primeiros passos da estrutura e da logística da TV SIC, que retransmite as novelas globais para Portugal. Para receber com a mão direita o que sua mão esquerda ofereceu, compareceu à cerimônia de premiação o vice-presidente do Grupo Globo José Roberto Marinho, acompanhado de estrelas da companhia, como Lima Duarte e Lilia Cabral. Parece que Sérgio Moro também foi convidado a comparecer mas declinou quando soube que não havia medalha para ele. Quanto ao Armarinho do Turco, uma coisa eu posso garantir, quando vende um produto falsificado o Turco, honestamente, avisa ao freguês.

Amigos do Vermelho

A campanha Amigos do Vermelho – uma voz que não se cala, lançada no dia 12 fevereiro, registrou, nestes pouco mais de quatro meses, a colaboração de inúmeros companheiros que, das mais variadas regiões do Brasil, contribuem para o fortalecimento do Portal Vermelho. As doações financeiras que temos recebido, embora ainda muito longe do que podemos de fato alcançar, revelam mais do que o valor monetário de cada doação. Mostram que práticas tradicionais da esquerda, como a solidariedade militante, ainda guardam grande atualidade quando se trata de ajudar a viabilizar ações de vanguarda. Ainda neste semestre teremos novidades nesta campanha no sentido de impulsioná-la e ampliá-la. Enquanto isso, continuamos contando com o incentivo de todos e agradecemos a cada um dos leitores que colaborou até aqui.

Cuba e o “óbvio ululante”

Nas diversas abordagens feitas pela mídia hegemônica sobre as conversações entre Cuba e Estados Unidos quanto ao restabelecimento de relações diplomáticas, vemos, como de costume, uma mistura de desinformação e má fé. Um exemplo é dizer que os EUA exigem o acesso de seus diplomatas a “todos os cubanos”, como se a nação caribenha estivesse querendo tolher ou impedir que diplomatas estadunidenses tenham contato com opositores. O que não se diz é que o poderoso país capitalista, com a melhor e mais eficiente máquina de repressão estatal do mundo, também limita a movimentação de diplomatas cubanos em Washington, talvez temendo que a perigosa Cuba esteja planejando subverter o regime norte-americano. O que Cuba exige, simplesmente, é que as diretrizes das “Convenções de Viena”, sobre Relações Diplomáticas e Consulares, sejam respeitadas. Segundo estas diretrizes, obrigatórias para todas as nações signatárias, os diplomatas em missão no estrangeiro devem cumprir as leis do país anfitrião e não podem imiscuir-se em seus assuntos internos. Coisa aliás, bastante óbvia, ignorada por nossa mídia hegemônica por motivos ainda mais óbvios.

O Globo e o ridículo mantra hipnótico

O jornal O Globo costuma espalhar por suas páginas pequenos tópicos chamados de “Opinião”, onde os editores expressam as sábias posições dos irmãos Marinho sobre os diversos assuntos da pauta nacional e internacional, sempre com o indefectível ar de donos supremos da verdade absoluta. São tantos os assuntos que os irmãos Marinho conhecem, dominam e sabem discernir sobre o que está certo ou errado em cada um deles que nos deixa, simples mortais, constrangidos com a nossa ignorância. Na edição desta terça-feira (26), em um destes textos, intitulado “Mantra”, a pretexto de falar sobre as teses de correntes do PT ao Congresso do partido, O Globo reclama: “chega às fronteiras do ridículo continuar no mantra hipnótico contra a ‘mídia conservadora’ “. O Globo não gosta que se ataque a "mídia conservadora"? Vamos então, retificar o discurso: a mídia brasileira não é conservadora. Lutou abnegadamente contra a ditadura militar e pelas liberdades democráticas. A mídia hegemônica é pluralista, abrigando diversos pontos de vista diferentes. Mas sempre defendeu, em primeiro lugar, os interesses dos trabalhadores, mesmo quando isso não favorecesse os negócios de grandes empresários e banqueiros. O sistema Globo então, tem até um viés progressista e, por que não dizer, comunista. Comunista e bolivariano. Está bom assim, irmãos Marinho? Ou ficou um pouco, sei lá, ridículo?