A luta de classes se expressa dentro do Congresso, diz Jandira Feghali

Durante os debates da 10ª Conferência Nacional do PCdoB, a deputada federal e líder da bancada do partido na Câmara, Jandira Feghali (RJ), apontou os reflexos da acirrada disputa política no Congresso Nacional. Ela considera como fundamental a definição de uma agenda unificada que possa unir as forças políticas e derrotar o retrocesso.

Jandira Feghali líder da bancada do PCdoB na Câmara - Tom Dip

“É preciso compreender o processo pós-eleitoral. A polarização que nós vivenciamos nas eleições agora está no Congresso. O centro praticamente desapareceu. Temos hoje uma polarização política em que não há mediação com a oposição. A luta de classes se expressa no Congresso Nacional”, afirmou a deputada comunista, que abriu a sua fala agradecendo a confiança do partido em sua liderança e homenageando a bancada de deputados do PCdoB.

“É uma bancada de pessoas combativas. Uma bancada que tem mantido o rumo e o prumo de acordo com a visão e cumprido o papel do PCdoB na Câmara”, salientou Jandira

A parlamentar destacou que atualmente é muito difícil construir avanços no parlamento brasileiro.

“O que está em pauta é defender ou derrotar o projeto de quem está hoje no governo, que nós participamos e ajudamos a construir. É um nível de polarização que exige de nós estratégias diferenciadas”, explicou.

Para Jandira, é preciso construir uma plataforma unificada que aponte de onde nós podemos partir e para onde podemos chegar.

“Acredito que essa é a tarefa mais importante desse momento. É preciso verificar que influência a mídia tem, apesar da era da comunicação, da internet. Como a sociedade se impacta com as informações, sendo que 98% dos lares brasileiros se informam predominantemente pela tevê aberta. Enquanto não tivermos coragem política de enfrentar o monopólio da comunicação, não teremos a orientação de democracia constitucional nesse pais”, defendeu.

Jandira defendeu ainda que a agenda deve incluir a taxação de grandes fortunas, a defesa da Petrobras e da democracia. E completou: “Mas deve incluir novas causas, novos sonhos, novos movimentos e novas formas para que a gente possa unificar uma frente social mais ampla. É um desafio que termos que construir coletivamente”.

Jandira fez questão de destacar o desafio assumido pela também deputada federal Luciana Santos ao assumir a direção nacional do PCdoB. “No legado que deixa o Renato Rabelo é preciso realçar as perspectivas da Luciana. O que mais demarca a importância da presidência assumida por ela vai além da renovação, da quarta geração de comunistas. É algo que temos que valorizar muito: a concordância em assumir esse mais alto cargo do partido. A disponibilidade e disposição de assumir o partido, mesmo com uma filha de 3 anos. Comandar um partido numa conjuntura como essa é preciso ter muita confiança nesse coletivo. E nós temos a obrigação de estar com ela para garantir não somente uma boa gestão, mas a vida altiva, digna e revolucionária do Partido Comunista do Brasil”, finalizou Jandira Feghali.