CPI ouve em MG sugestões de combate à violência contra negros 

Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres participaram nesta segunda-feira (8), em Belo Horizonte (MG), de debate na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o aumento da violência entre os jovens negros no estado. 

CPI ouve em MG sugestões de combate à violência contra negros

Segundo o Mapa da Violência deste ano, Minas Gerais tem elevados índices de vitimização juvenil, com 354 mortes por 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá, com 388 mortes por 100 mil habitantes e do Espírito Santo, com 395 homicídios.

No estado, o assassinatos de jovens negros (2.855) é mais que o dobro do número de homicídios de jovens brancos (1.215). Em Belo Horizonte, em 2010, foram 653 homicídios de negros contra 189 de brancos. Ou seja, para cada pessoa branca que morre assassinada na capital mineira, 3,5 negros são vítimas de homicídio. A taxa de assassinatos por 100 mil habitantes é de 52,5 para negros e 17,2 para brancos.

Parlamentares da CPI e deputados mineiros também visitaram o bairro de Vera Cruz para ouvir as vítimas de violência e colher sugestões de políticas públicas para enfrentamento da criminalidade na região.

A relatora da CPI, deputada Rosangela Gomes (PRB-RJ), acredita que as audiências regionais podem contribuir para o plano de enfrentamento da violência, trabalho final da comissão que será encaminhado ao governo federal. “O plano vai conter vários eixos, como a inclusão de ações afirmativas”, disse.

Planos de enfrentamento

Rosangela Gomes ressaltou que, além do debate nos três meses de funcionamento da CPI na Câmara dos Deputados, é necessário incentivar estados e municípios a construir planos de enfrentamento, “para que esse assunto não morra aqui na CPI, que tem uma data específica para terminar”.

Durante o debate na Assembleia de Minas, o presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), reforçou a ideia de um pacto federativo sobre segurança pública e de um plano nacional para a redução da violência, que observem as questões racial e de gênero.