Periferia rompe barreiras, se apropria da cultura e transforma SP

"Uma cultura feita de nós, com nós e pra nós", esse é o lema que move a juventude e os movimentos sociais em forte atividade nas periferias do estado de São Paulo. A Rádio Vermelho foi conversar com Eduardo Barbosa – o Bob Controversista -, coordenador Pedagógico da empresa Ponto de Cultura com P de Protagonismo e presidente na empresa Associação Cultural e Educacional Movimento Hip Hop Revolucionário, que relatou o que mudou na periferia nestes últimos 13 anos.

Da Rádio Vermelho, Joanne Mota

Bob Controversista faz um balanço do movimento hip-hop em 2014 - Paulo Marques

Durante a conversa, Bob Controversista falou sobre a realização de oito setoriais que debateram nas diferentes regiões de São Paulo a economia da cultura e a economia criativa. Com olhar crítico, Bob falou que a proposta é fomentar um movimento contra-hegemônico que promova o empoderamento via produção cultural e acesso a comunicação, com maior circulação e divulgação dos bens culturais produzidos.

"Nossa proposta objetiva criar as condições necessárias para que o nosso povo entenda que faz economia. Entre desafios, está a criação da base fundamental para a profissionalização, capacitação e conscientização a partir dos princípios da economia solidária, que nada mais é que a luta contra-hegemônica que realizamos", afirmou Bob, que também é militante do PCdoB em Guarulhos/SP.

Ele ainda destacou que "a série de atividades que estão sendo realizadas na base social darão sustentação para alavancar uma concepção de arranjos produtivos que não só eleve a consciência, mas que incida diretamente na sociedade, transformando-a e potencializando-a".

Cultura, vetor de desenvolvimento

De acordo com informações, objetivo do projeto é apresentar alguns resultados do trabalho de coletivos envolvidos na construção de um mapeamento, mobilização e inovação para o setor e convidar outros coletivos da cidade a integrarem o processo. 

Foto: Joanne Mota

Para Bob Controversista, todo esse trabalho, que é coletivo e guerreiro, faz parte de uma movimentação muito maior, apoida em um Projeto Economia Popular Solidária e Empreendedorismo como Estratégia de Desenvolvimento, promovido pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo (SDTE), que tem como realizador a Unisol Brasil – Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários.

Segundo ele, a proposta é estruturar uma Política Municipal de Economia Solidária e Empreendedorismo na Cidade de São Paulo a partir dos encontros e demandas dos empreedimentos e coletivos solidários que atuam na cidade de São Paulo, combinando um marco legal adequado com um conjunto de ações de articulação dos empreendimentos e empreendedores populares e a consolidação do comércio justo e solidário na cidade por meio da articulação de iniciativas e da consolidação de uma estratégia em rede.