Rússia está preocupada com movimentação militar da Otan

A Rússia não pode deixar de ficar preocupada com as ações da Otan cujo objetivo é mudar a atual correlação estratégica de forças, disse nesta quarta-feira (17) o porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov.

Vladímir Putin

Ao mesmo tempo, Moscou não empreende passos na área militar que possam provocar preocupação de alguém na esfera de segurança.

“O papel de contenção de armas nucleares não pode ser posto em causa por ninguém. O presidente explicou de maneira bastante detalhada que não é a Rússia que se aproxima das fronteiras de alguém, mas sim a Otan que se aproxima das fronteiras da Rússia. E tomam-se medidas que visam mudar a correlação estratégica de forças. Naturalmente, isto não pode deixar de provocar a preocupação da Rússia”, disse Peskov aos jornalistas.

Ele acrescentou que “tudo isso obriga a Rússia a tomar medidas para garantir os seus interesses e a sua segurança. Conclui-se das palavras do presidente que isto não contém ações que possam ou devam gerar preocupação”, disse Peskov.

Nesta terça-feira (16), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o Kremlin se verá obrigado a orientar suas forças militares, inclusive os mais modernos meios de ataque, contra as regiões que são foco de ameaça porque são as forças da Otan que se aproximam das fronteiras da Rússia, e não o contrário.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse em resposta que a "retórica nuclear" da Rússia é "perigosa e inadmissível".

A Otan está aumentando a sua presença militar perto das fronteiras russas na sequência da reunificação da Crimeia com a Rússia após o referendo de março de 2014. A Aliança acusou Moscou de anexação ilegal da península e fornecimento de apoiou militar às milícias de Donbass, que neste momento estão em conflito com as autoridades oficiais da Ucrânia.

Moscou negou repetidamente as acusações da Otan e manifestou preocupação com a expansão do bloco militar e o aumento da sua presença junto às fronteiras russas.